sábado, 10 de setembro de 2005

Após a revolucão, vem o museu...

Depois de uma breve passagem pelo blog, para uma análise da evolução do mesmo, reparou-se que no arquivo de Junho ficou uma “discussão” inacabada. O tema é interessante e motivador, isto porque engloba aspectos naturais e simples da vida e evolução humana.
Filosofia é e será sempre a arte das artes, isto porque, filosofia é tudo, mas não é nada. Assim sendo, recupera-se os comentários e retoma-se a discussão.
Bem vindos…


Parte primeira:
Após a revolucão, vem o museu...Onde está a estranheza deste meu título, quando a humanidade, não se lembra da lentidão do seu pensamento. A primeira lição que aprende em história é que o homem pouco mudou onde quase tudo mudou: as circunstâncias mudam e tão depressa! No mundo da mudança habita a desorientação crescente, envelhece a nossa habilidade para cuidar do mundo em que se vive. A confiança nos cientistas, nos jogos de realidade virtual e no boato que os politicos simulam. Este monopólio dos intruídos que vivem idealizando teorias para nos atirarem na crença. Porém, felizmente, existem sensibilidades preocupadas com o que há de mais elementar na agonizante vida terrestre. todos nós entendemos a dor e o choro, todos sabemos de amores e de traições e, por vezes, esquecemos o mais natural. Neste grande relevo da sociedade, precipitadamente dividida entre leigos e competentes, nunca existirá consenso entre ambos. O mundo permite que bebamos na fonte do elixir de novas experiências, que constituem o derrame fulcral sobre os aspectos mais superficiais da nossa realidade. Por vezes, embriagamos o nosso espírito com saberes inócuos, opostos ao "pathos" da verdade. Neste canto tão pequeno do universo, onde nos afluem incontáveis quantidades da nossa náufraga ignorânçia, porque não desesperar e atirar contra o sol ?Finalmente, atingido o ponto mais alto da ciência, deixa de ser necessário o mais simples invento, o da reciclagem. A cultura do lixo deverá ser acompanhada por outra: de reciclagem. E para completar o raciocínio digo que: a era do desperdício é também a era dos museus, dos parques naturais, da protecção, no sentido da continuidade da bio-deversidade.
Autor: Daniel Lopes ( S_E)
Parte segunda:
Um dos aspectos mais tristes da cultura filosófica nacional é o completo desconhecimento da melhor filosofia contemporânea. Há algum tempo fiquei a saber que a cultura filosófica nacional está ainda na fase da contra-reforma, cuja expressão máxima foi o salazarismo de meio século, e cuja propriedade proeminente é o isolamento provinciano.Este isolamento tem consequências desastrosas. Nos jovens com talento e gosto pela filosofia afastamo-nos desta actividade, pois parece-me — e com razão — que a filosofia é uma peça de museu, onde se discutem textos em vez de ideias, e onde os pensadores mais modernos já morreram há muito. As pessoas que vão ficando na filosofia são os cinzentos, que não têm gosto pela aventura do pensamento rigoroso nem pela discussão clara de ideias. E o resultado é o que está à vista: uma cultura filosófica feita de paráfrases obscuras e citações abundantes, mas onde a capacidade para pensar pela sua própria cabeça nos grandes problemas da filosofia não é, de modo algum, uma propriedade proeminente.
(desconhecido)
Parte terceira:
Todavia, em Portugal continua-se a achar que fazer filosofia é comentar textos de filósofos que morreram há séculos. O resultado é o que temos: professores de filosofia que nada sabem realmente de filosofia, excepto papaguear textos, sugestões enviesadas e jogos de palavras "eruditos" com muitas palavras latinas, gregas e alemãs à mistura. Os grandes problemas, argumentos e teorias da tradição filosófica passam-lhes ao lado. Porque a única via de acesso à história da filosofia é a filosofia contemporânea, se estivermos apartados da filosofia contemporânea não poderemos compreender realmente os problemas, as teorias e os argumentos dos filósofos mortos — tal como alguém que nada saiba de medicina não pode compreender realmente a história da medicina do século XII.
(zé das couves)
Meus amigos, agora é convosco...

7 comentários:

Anónimo disse...

Experimentem ler isto ao som da banda sonora de Amelie ( YANN TIERSEN )
http://www.yanntiersen.com/

(prometo que em breve comento o tema) :D

abraços

david disse...

Gostava de poder contribuir para esta "discussão". No entanto, não sou a pessoa indicada, porque para pensar... meus amigos, para pensar não contem comigo.
A Filosofia (enquanto disciplina) sempre foi um bicho de 8,5 cabeças (porque é que têm de ser sete?) para mim. Sempre a superei com notas positivas, mas realmente vi que muitas vezes tive de concordar com o que pensadores, que já nem restos mortais têm, diziam e isso é chato. Pronto, é chato.
Grato pela visita ao nosso blog. Afinal já temos mais do que três leitores - um deles é cego.
A partir de agora darei umas escapadelas aqui ao Sexto-Empírico.
Já agora, porque o nome "Sexto-Empírico"?

david disse...

Obrigado...
Abraços

Marisa Fernandes disse...

Muito obrigada pela vossa visita e, também pelo comentário.
Gostaria de receber mais visitas vossas! Bj

Anónimo disse...

A filosofia não é mais que pensar de forma produtiva, não num sentido prático com fins lucrativos mas numa perspectiva de melhorar a nossa forma de encarar a existência. Baseia-se em refletir em tirar conclusões que podem parecer idiculas mas ser ate certas a ciencia apesar da sua muitas vezes presente arrogancia nao apresenta respostas definitivas a sua propia defeniçao diz-nos que é aceite até mehlor justificação ser econtrada. O encarar uma das artes que nos define como especie "racional" por meio de citaçoes que nem sequer foram digeridas é como aranjar uma forma de descrever matematicamente a qualidade de um poema....

Anónimo disse...

pois eu adoro filosofia, mas confesso que os professores no ensino recorrente não tem a oportunidade de ensinar a filosofia como deve ser.
filosofia é uma linguagem diferente da minha, ela exigiu que eu pensasse de uma maneira diferente e com isso mostrou-se como um desafio para mim. lá aprendi palavras novas e os seus significados, divaguei em mundos diferentes, por mim desconhecidos.
tenho pena de não aprofundar mais os temas na escola, mas se não se importarem passarei por aqui quando precisar.
grata pela vossa visita ao meu blog e pelo convite tb.
anexarei aos meus favoritos.
fb
http://amcosta.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Revolução arquitectónica!
Este artigo do Zé, além genial e inovador do ponto de vista filosófico é ponto de viragem de toda a cultura arquitectónica existente até hoje!! Atreveria-me a dizer até, uma autêntica revolução. Então começas a construir uma casa pelo telhado? Um dia gostava de te ver a assentar telha! Não leves a mal! Mas a filosofia é em primeiro lugar uma historia da filosofia. Até porque, aqueles que tu chamas de antigos são a base, os pilares, as traves mestras de toda a filosofia subsequente.É raro ver um filosofo a ter desprezo pelos os seus antepassados intelectuais. E sabes porquê? Porque sem eles nada podem fazer ! Não se pode menosprezar séculos de pensamento em nome de uma filosofia contemporânea (até porque não é esse o seu espiríto) ou por um pensamento modernista, utilitarista e positivista da amiga da sabedoria. Acredito que não tenha sido essa a ideia que quisesses transparecer,mas aproveito para alertar o perigo de uma posição deste tipo , pois deste modo toda a universalidade da filosofia caíria e com ela o sonho de alguma vez fazer algo de verdadeiramente original. Um abraço deste vosso amigo
Pedro Pinho