quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O Fausto

Quando vim para Filosofia, julguei que iria encontrar as pessoas mais alternativas, anti-dogmáticas, e fundamentalmente, as pessoas mais disponíveis a ouvir. Pessoas sensíveis, à contínua apaixonada e apaixonante compreensão - do seu outro. Mas o que encontrei foi tão só, "mais uns"; gentalha sem ideias próprias, de almas fechadas, cárceres da estupidez eidétificada... Enfim, o que achei em Filosofia, não foi "a Filosofia", no seu puro sentido socrático, - chato, incomodativo, desinteressado. Mas somente, mais uma disciplina direccionada à estatística, à servidão tecnocrata, intelectual - sem qualquer interesse essencial, ou mesmo, existencial.
Já não importa pois, "o que somos", mas, "o que somos perante quem". Já não importa, "vender a alma ao Diabo", mas a qual diabo nos havemos de vender.
Até eu, confesso-me, vendi a alma ao demónio errado, e por tal, recebo hoje o troco de um mau negócio, - o desprezo dos meus colegas (todos vendidos) e um pesado silêncio de fundo...
As melhoras.
David Santos, Diogo Gomes.

domingo, 26 de outubro de 2008

Actualidade de Merleau Ponty

Realizar-se-á nos dias 30 e 31 de Outubro na UBI, um colóquio comemorativo do centenário do nascimento de Merleau Ponty .

Programa:


Quinta-feira, 30 de Outubro
10:45
– Abertura do Colóquio

11:00-12:30
Luís Umbelino (U. Coimbra), Fenomenologia e ontofenomenologia da profundidade em M. Merleau-Ponty

Carmen López (UNED, Madrid), Merleau-Ponty e o feminismo

12:30-14:00 – Almoço

14:00-16:30
Pedro M.S. Alves (U. Lisboa), Título a anunciar
Olivier Féron (U. Évora), Pregnância simbólica versus antepredicativo: o diálogo entre Merleau-Ponty e Cassirer
Urbano Mestre Sidoncha (UBI), A reabilitação do sensível em Merleau-Ponty
Ana Leonor Morais (UBI), A natureza em Merleau-Ponty (resposta á falácia imaterialista)

17:00 - 19:30
Jorge Croce Rivera (U. Évora), O uso da fenomenologia de Merleau-Ponty na arquitectura de Steven Holl
Gabriela Castro (U. Açores), A dúvida de Cézanne como propedêutica da arte no séc. XXI
José Manuel Martins (U. Évora), Merleau-Ponty e Cronenberg ou filosofia e cinema
Paulo Alexandre Castro (U. Lisboa), Fenomenologia e estética comparativa: antropometrias e invisibilidade do Corpu(s) ou o diálogo ontofenomenológico de Yves Klein e Merleau-Ponty

Sexta-feira, 31 de Outubro

10:00 – 13:00
Davide Scarso (U. Lisboa), Entre história e estrutura. Merleau-Ponty e Lévi-Strauss
José Gil (UNL, Lisboa), Metáfora e ontologia em Merleau-Ponty
Guy-Félix Duportail (U. Paris I), Principes de la chair (ontologie du dernier Merleau-Ponty)
Emmanuel Alloa (U. Basileia), Pulpe fiction. Pour un autre scénario de la chair

domingo, 19 de outubro de 2008

O Espectro

Do mesmo modo que Hamlet pressentia que algo corria mal no reino da Dinamarca, também nós julgamos que há algo podre no reino da Filosofia Ubiana.
Nas mais desinteressadas intenções analisamos cuidadosamente todo o processo de colocações deste ano no curso de Filosofia nas diferentes Universidades do país, e para nosso espanto descobrimos que contra os 4 caloiros que entraram na primeira fase (1 deles ainda nem apareceu), na Universidade do Porto entraram 55, e é a primeira no ranking filosófico do país, à frente de universidades como a do Minho (28), Coimbra (24), a de Letras (21) e a Nova em Lisboa (16). Como se pode reparar, a Filosofia na UBI deixa-se então cair no último lugar da tabela, com os tais quatro caloiros da primeira fase (54 a menos que no Porto e 11 do que na Universidade Nova de Lisboa).
Mas não é tudo. Na segunda fase e apesar de entrarem mais 5 alunos para a Filosofia na Ubi (três dos quais pensam já em sair em Janeiro, e outro ainda nem sequer cá pôs os pés), no Porto ainda entraram mais 26, o que perfaz um total de 81 alunos inscritos em Filosofia nessa Universidade. Também em Coimbra foram ocupadas todas as vagas, assim como no Minho e na Universidade Nova em Lisboa (só na de Letras é que das 49 ainda disponíveis, apenas 26 foram ocupadas, o que ainda assim, e apesar das sobras, perfaz um total de 47 colocados nessa faculdade). Na Ubi o caso então é flagrante (será das auto-estradas!?) das 16 vagas existentes após a entrada dos 4 alunos da primeira fase, somente entraram na segunda fase 5 caloiros. Três deles em 3º opção, um em 2º, e um outro (o corajoso) em 1º.
Depois desta análise a questão que queremos colocar aos profissionais de Filosofia, era se não havia possibilidade de fazer uma fenomenologia da questão: Porquê o êxodo no Reino da Filosofia Ubiana, quando comparado o caso, com o resto do país, - que afinal em termos de entradas em Filosofia, nem está mal de todo.
Será por causa das auto-estradas?
Sexto-Empirico

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um Livro...

A história de um homem e de uma nação. A guerra da Chechénia. O jogo de interesses disputado entre os impérios russo e otomano. A queda desse homem e uma bardana, - sobrevivente no centro de um campo recém-lavrado. O último romance de Tolstoi...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Dia Mundial da Filosofia

Realizar-se-á em Palermo, Itália, nos dias 20 e 21 de Novembro as comemorações do dia mundial da filosofia. O tema que irá a palco este ano é “Poder e direitos”, uma vez que, se assinala o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eduardo Lourenço





Foi hoje homenageado o ensaísta português Eduardo Lourenço, com a entrega da medalha de Mérito Cultural pelas mãos do actual ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, após ter redigido importantes obras como: Fernando Pessoa, Rei da Nossa Baviera; Pessoa Revisitado; Sentido e Forma na Poesia Neo-Realista; entre outras. Onde transparece o pessoal interesse do pensador português pela poesia, mais propriamente ao que concerne ao universo pessoano. Titulos como, Heterodoxia, - primeiro volume publicado em 1949 -, assinalam igualmente o que é o pensamento deste filósofo, pensamento cujo, se deixa desvelar muito suncitamente até quase se confundir com a natureza intima do seu próprio autor, - como bem observara Vergílio Ferreira -, na seguinte fórmula do filósofo: "...a heterodoxia não é fácil. Serviço divino a poucos cometido, paga-o a moeda que os deuses amam: a amargura e a solidão". Em que se pode observar também, o resultado prático de uma especial atenção do condecorado por autores tão queridos a este. Husserl, Heidegger, Kierkegaard, Nietzche, Sartre, entre outros.

O facto da medalha se apresentar com as finas cores de Portugal parece ter supreendido Eduardo Lourenço, talvez habituado á ingratidão portuguesa pelos seus já poucos filhos geniais. Mas isso tudo, é pura especulação, o que importa agora, é que este acréscimo de notabilidade sobre o autor, venha a despertar a curiosidade de mais meia dúzia de leitores encostados aos grandes tomos alemães, ingleses, entre outros forasteiros, e começem a descobrir o que há de grandíloquo por cá, em português.

A homenagem prossegue na Calouste Gulbenkian onde estarão reunidas várias personalidades da cultura como, José Saramago, António Lobo Antunes, Fernando Pinto do Amaral, Helder Macedo, Gastão Cruz, entre outros, prontos a debater temas comuns ao autor heterodoxo português, Eduardo Lourenço.