segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eduardo Lourenço





Foi hoje homenageado o ensaísta português Eduardo Lourenço, com a entrega da medalha de Mérito Cultural pelas mãos do actual ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, após ter redigido importantes obras como: Fernando Pessoa, Rei da Nossa Baviera; Pessoa Revisitado; Sentido e Forma na Poesia Neo-Realista; entre outras. Onde transparece o pessoal interesse do pensador português pela poesia, mais propriamente ao que concerne ao universo pessoano. Titulos como, Heterodoxia, - primeiro volume publicado em 1949 -, assinalam igualmente o que é o pensamento deste filósofo, pensamento cujo, se deixa desvelar muito suncitamente até quase se confundir com a natureza intima do seu próprio autor, - como bem observara Vergílio Ferreira -, na seguinte fórmula do filósofo: "...a heterodoxia não é fácil. Serviço divino a poucos cometido, paga-o a moeda que os deuses amam: a amargura e a solidão". Em que se pode observar também, o resultado prático de uma especial atenção do condecorado por autores tão queridos a este. Husserl, Heidegger, Kierkegaard, Nietzche, Sartre, entre outros.

O facto da medalha se apresentar com as finas cores de Portugal parece ter supreendido Eduardo Lourenço, talvez habituado á ingratidão portuguesa pelos seus já poucos filhos geniais. Mas isso tudo, é pura especulação, o que importa agora, é que este acréscimo de notabilidade sobre o autor, venha a despertar a curiosidade de mais meia dúzia de leitores encostados aos grandes tomos alemães, ingleses, entre outros forasteiros, e começem a descobrir o que há de grandíloquo por cá, em português.

A homenagem prossegue na Calouste Gulbenkian onde estarão reunidas várias personalidades da cultura como, José Saramago, António Lobo Antunes, Fernando Pinto do Amaral, Helder Macedo, Gastão Cruz, entre outros, prontos a debater temas comuns ao autor heterodoxo português, Eduardo Lourenço.

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