segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Leonor - A princesa Filosófica

Ciclo de entrevistas - "Conversa de corredor"
Professora Ana Leonor


Sem perguntas e sem qualquer ordem de ideias, entrava eu no gabinete da professora Leonor. No princípio até estava tímido e desconfortável, devido, é certo, à brasa que lá estava ( As nossas salas não são tão quentes, é pena, fica já o aviso ao Sr. Reitor).
O conceito era simples. Falar, falar, falar, nem uma única palavra sobre filosofía foi referida, a não ser talvez o gosto apaixonante pelo mestre Sócrates, cujo animal moscardo foi usado como analogia, para definir todo um meio de actuar e pensar do mestre. Ainda íamos a meio da explicação moscardiniana, quando me lembrei daquela série de televisão Que nos dá vontade de cortar os pulsos ou até mesmo matar os nossos pais à paulada, falo é Claro da Xena - a princesa guerreira, e foi aí que tudo se conjugou e tive uma daquelas visões meias “Nostradamicas”. Esta Senhora Professora é a Xena da filosofía, não tem chicote nem anda a cavalo, mas tem um ar intimidante, mas doce e possui carta de condução, quem diria…
A luta dela fez-se entre a arte de seguir teatro, cujos pré - requisitos fez e a de filosofía. Foi na U. Católica que a sua fúria aniquilou tudo e todos com um 17 de nota final, para não falar de um 18 no secundário -via cientifico. Acha-se uma mulher inteligente? “Gosto simplesmente de desafios” – (em suma, sim). Como guerreira nata que é, a justiça é o supra sumo da sua vida, acredita em valores e pensa que só assim é que o homem consegue realizar as suas tarefas terráqueas. Hábitos, hábitos, hábitos, o homem é feito de hábitos, diz-me ela com ar pedagogo. Como artista que é, adora a arte, desde a música, pintura, duvida do niilismo plástico e básico, mas adora o estilo figurativo. Quando falámos do futuro, a conclusão foi simples: está a acabar um mestrado e acha que a Covilhã com estas montanhas e vales todos nos tornam a visão um tanto ou quanto claustrofóbica. Adorei especialmente esta parte, porque me levou a pensar que o rumo da professora fosse outro e assim talvez Hermenêutica II esteja facilitada. Mas há mais, na música gosta de ver um bom concerto de jazz. E como é óbvio os talentos desta alentejana de gema não ficam por aqui, até piano toca. Com tanto talento numa só pessoa, comecei a perceber finalmente porque é que eu não tinha nenhum talento, mas enfim… passei logo para o assunto que menos queria falar, Filosofía. Quanto às correntes filosóficas contemporâneas, o existencialismo capta a sua preferência. A sua vida quotidiana é baseada fundamentalmente nesta área, a possibilidade da vida ser um absurdo não a assusta, antes lhe dá o incentivo e inspiração para encontrar a beleza no mundo. Então Entrevistas deste género devem ter sido um consolo para começar o dia. Já no terminus desta "conversa de corredor" deixa-nos a garantia de gostar da profissão, mas que, como ela mesma já afirmara anteriormente, os seu projectos levam-na sempre em busca do imprevisto. Saudações

5 comentários:

Sextus Empiricus disse...

Ciclo de entrevistas

Entrevistar, entrevistando

Ciclo de entrevistas ou desabafos naturais e sinceros unem alunos e professores numa atitude non-sense.
Denominada "Conversa de corredor" , esta é a inauguração de um novo espaço de encontros e desencontros, onde são desmistificadas as opiniões.

Proximo professor... brevemente

Anónimo disse...

Muito bem, gostei...
Confesso que não fiquei surpreendido, faz parte de uma pessoa que tenciona chegar alto na sua paixão pela escrita e amadurecendo lentamente a sua forma de estar na arte.

Parabens

Anónimo disse...

Esta entrevista está muito original. O meu comentário é que não.

Anónimo disse...

Interessante...
deve ser divertido estudar nessa universidade...
a unificação dos professores com os alunos está genial, aposto é que os profes sao mais exigentes do que parecem...
assim é que é.
filosofia tá de parabens e o sexto empirico tb..

Anónimo disse...

Guilherme, parabéns por esta entrevista. Acho que estas conversas de corredor vai ser uma iniciativa no minímo hilariante. Vai ajudar a desmistificar a opinião generalizada que em cada professor existe um bicho papão ( apesar, de neste caso não me importar nada de ser devorado :) ) Acredito que ao ler estas conversas, os alunos deixem de ter medo de ir falar com os docentes da cadeira com o intuito de reinvidicar os seus direitos e corrigir algumas injustiças que por vezes acontecem. Principalmente, sem medo que o professor queira retaliar, pois como vemos nesta tua conversa, é possível ter uma conversa ampla, franca e descontraída, pelo menos, com esta linda e doce docente.
Contudo Gui, desejo- te as maiores felecidades quando tentares encontrar um ser humano nalguns docentes desta universidade. Acredita que vai ser um tarefa árdua.
Mas, espero convictamente que me refutes e que o consigas, pois trata-se a meu ver, do objectivo desta iniciativa.
Um abraço deste vosso amigo.
Pedro Pinho.