Sem perguntas e sem qualquer ordem de ideias, entrava eu no gabinete da professora Leonor. No princípio até estava tímido e desconfortável, devido, é certo, à brasa que lá estava ( As nossas salas não são tão quentes, é pena, fica já o aviso ao Sr. Reitor).
O conceito era simples. Falar, falar, falar, nem uma única palavra sobre filosofía foi referida, a não ser talvez o gosto apaixonante pelo mestre Sócrates, cujo animal moscardo foi usado como analogia, para definir todo um meio de actuar e pensar do mestre. Ainda íamos a meio da explicação moscardiniana, quando me lembrei daquela série de televisão Que nos dá vontade de cortar os pulsos ou até mesmo matar os nossos pais à paulada, falo é Claro da Xena - a princesa guerreira, e foi aí que tudo se conjugou e tive uma daquelas visões meias “Nostradamicas”. Esta Senhora Professora é a Xena da filosofía, não tem chicote nem anda a cavalo, mas tem um ar intimidante, mas doce e possui carta de condução, quem diria…
A luta dela fez-se entre a arte de seguir teatro, cujos pré - requisitos fez e a de filosofía. Foi na U. Católica que a sua fúria aniquilou tudo e todos com um 17 de nota final, para não falar de um 18 no secundário -via cientifico. Acha-se uma mulher inteligente? “Gosto simplesmente de desafios” – (em suma, sim). Como guerreira nata que é, a justiça é o supra sumo da sua vida, acredita em valores e pensa que só assim é que o homem consegue realizar as suas tarefas terráqueas. Hábitos, hábitos, hábitos, o homem é feito de hábitos, diz-me ela com ar pedagogo. Como artista que é, adora a arte, desde a música, pintura, duvida do niilismo plástico e básico, mas adora o estilo figurativo. Quando falámos do futuro, a conclusão foi simples: está a acabar um mestrado e acha que a Covilhã com estas montanhas e vales todos nos tornam a visão um tanto ou quanto claustrofóbica. Adorei especialmente esta parte, porque me levou a pensar que o rumo da professora fosse outro e assim talvez Hermenêutica II esteja facilitada. Mas há mais, na música gosta de ver um bom concerto de jazz. E como é óbvio os talentos desta alentejana de gema não ficam por aqui, até piano toca. Com tanto talento numa só pessoa, comecei a perceber finalmente porque é que eu não tinha nenhum talento, mas enfim… passei logo para o assunto que menos queria falar, Filosofía. Quanto às correntes filosóficas contemporâneas, o existencialismo capta a sua preferência. A sua vida quotidiana é baseada fundamentalmente nesta área, a possibilidade da vida ser um absurdo não a assusta, antes lhe dá o incentivo e inspiração para encontrar a beleza no mundo. Então Entrevistas deste género devem ter sido um consolo para começar o dia. Já no terminus desta "conversa de corredor" deixa-nos a garantia de gostar da profissão, mas que, como ela mesma já afirmara anteriormente, os seu projectos levam-na sempre em busca do imprevisto. Saudações
segunda-feira, 9 de janeiro de 2006
Leonor - A princesa Filosófica
Ciclo de entrevistas - "Conversa de corredor"
Professora Ana Leonor
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5 comentários:
Ciclo de entrevistas
Entrevistar, entrevistando
Ciclo de entrevistas ou desabafos naturais e sinceros unem alunos e professores numa atitude non-sense.
Denominada "Conversa de corredor" , esta é a inauguração de um novo espaço de encontros e desencontros, onde são desmistificadas as opiniões.
Proximo professor... brevemente
Muito bem, gostei...
Confesso que não fiquei surpreendido, faz parte de uma pessoa que tenciona chegar alto na sua paixão pela escrita e amadurecendo lentamente a sua forma de estar na arte.
Parabens
Esta entrevista está muito original. O meu comentário é que não.
Interessante...
deve ser divertido estudar nessa universidade...
a unificação dos professores com os alunos está genial, aposto é que os profes sao mais exigentes do que parecem...
assim é que é.
filosofia tá de parabens e o sexto empirico tb..
Guilherme, parabéns por esta entrevista. Acho que estas conversas de corredor vai ser uma iniciativa no minímo hilariante. Vai ajudar a desmistificar a opinião generalizada que em cada professor existe um bicho papão ( apesar, de neste caso não me importar nada de ser devorado :) ) Acredito que ao ler estas conversas, os alunos deixem de ter medo de ir falar com os docentes da cadeira com o intuito de reinvidicar os seus direitos e corrigir algumas injustiças que por vezes acontecem. Principalmente, sem medo que o professor queira retaliar, pois como vemos nesta tua conversa, é possível ter uma conversa ampla, franca e descontraída, pelo menos, com esta linda e doce docente.
Contudo Gui, desejo- te as maiores felecidades quando tentares encontrar um ser humano nalguns docentes desta universidade. Acredita que vai ser um tarefa árdua.
Mas, espero convictamente que me refutes e que o consigas, pois trata-se a meu ver, do objectivo desta iniciativa.
Um abraço deste vosso amigo.
Pedro Pinho.
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