terça-feira, 3 de outubro de 2006

A febre dos caloiros


É vê-los irrequietos de um lado para o outro, tal como baratas tontas. Será que houve uma tragédia mundial? Será que o actual governo foi destronado? Não meus amigos, é a febre do caloiro. Deambulando pela cidade com olhares submissos a capas negras, os novos colegas académicos recebem as ordens iniciáticas. Já dizia o velho ditado : "quem é conduzido por um cego acaba por cair num buraco". E os caloiros todos enfileirados sentem-se alegres e contentes por mais um cerveja despejada. É o ano de desbunda, é o ano para queimar o cérebro, é o ano de folia e de pagode. Caloiros não se deixem levar por mestres e mestras que só pensam em sexo, drogas e rock 'n roll. Ah, qual droga ou rock?! Ah que saudades daquele tempo onde os jovens faziam igual folia por mais uma verdade aprendida. Mas a verdade da praxe é a praxadela, não concordam, não os veêm aí "as capas negras" como pastores que conduzem o seu gado?! Bom...Falando a sério, para que é que serve a praxe: para iniciar os estudantes no ritmo do seu curso, da sua nova universidade e da sua nova terra e das suas gentes. A tradição académica perdeu-se no labirinto sombrio das mentes caóticas de uma mediocridade elevada ao poder. Irmãos, sejam genuinos dentro da repetibilidade infinita de cópias ambulantes que caminham ensonadas pelos antros nocturnos covilhanenses. É a frebe do caloiro! Vivam os caloiros e as caloiras, vivam os mestres, grão-mestres, veteranestres e todas essas hierarquias da treta que não são um meio para os caloiros crescerem, mas sim um fim em si mesmas. Caloiros sejam praxados, mas não enrabados!

3 comentários:

Anónimo disse...

muito bem!!

Anónimo disse...

certo certo

Anónimo disse...

Nada como uma mente em estado febril para (d)enunciar umas verdades bem certeiras...