Depois de uma breve passagem pelo blog, para uma análise da evolução do mesmo, reparou-se que no arquivo de Junho ficou uma “discussão” inacabada. O tema é interessante e motivador, isto porque engloba aspectos naturais e simples da vida e evolução humana.
Filosofia é e será sempre a arte das artes, isto porque, filosofia é tudo, mas não é nada. Assim sendo, recupera-se os comentários e retoma-se a discussão.
Bem vindos…
Parte primeira:
Após a revolucão, vem o museu...Onde está a estranheza deste meu título, quando a humanidade, não se lembra da lentidão do seu pensamento. A primeira lição que aprende em história é que o homem pouco mudou onde quase tudo mudou: as circunstâncias mudam e tão depressa! No mundo da mudança habita a desorientação crescente, envelhece a nossa habilidade para cuidar do mundo em que se vive. A confiança nos cientistas, nos jogos de realidade virtual e no boato que os politicos simulam. Este monopólio dos intruídos que vivem idealizando teorias para nos atirarem na crença. Porém, felizmente, existem sensibilidades preocupadas com o que há de mais elementar na agonizante vida terrestre. todos nós entendemos a dor e o choro, todos sabemos de amores e de traições e, por vezes, esquecemos o mais natural. Neste grande relevo da sociedade, precipitadamente dividida entre leigos e competentes, nunca existirá consenso entre ambos. O mundo permite que bebamos na fonte do elixir de novas experiências, que constituem o derrame fulcral sobre os aspectos mais superficiais da nossa realidade. Por vezes, embriagamos o nosso espírito com saberes inócuos, opostos ao "pathos" da verdade. Neste canto tão pequeno do universo, onde nos afluem incontáveis quantidades da nossa náufraga ignorânçia, porque não desesperar e atirar contra o sol ?Finalmente, atingido o ponto mais alto da ciência, deixa de ser necessário o mais simples invento, o da reciclagem. A cultura do lixo deverá ser acompanhada por outra: de reciclagem. E para completar o raciocínio digo que: a era do desperdício é também a era dos museus, dos parques naturais, da protecção, no sentido da continuidade da bio-deversidade.
Autor: Daniel Lopes ( S_E)
Parte segunda:
Um dos aspectos mais tristes da cultura filosófica nacional é o completo desconhecimento da melhor filosofia contemporânea. Há algum tempo fiquei a saber que a cultura filosófica nacional está ainda na fase da contra-reforma, cuja expressão máxima foi o salazarismo de meio século, e cuja propriedade proeminente é o isolamento provinciano.Este isolamento tem consequências desastrosas. Nos jovens com talento e gosto pela filosofia afastamo-nos desta actividade, pois parece-me — e com razão — que a filosofia é uma peça de museu, onde se discutem textos em vez de ideias, e onde os pensadores mais modernos já morreram há muito. As pessoas que vão ficando na filosofia são os cinzentos, que não têm gosto pela aventura do pensamento rigoroso nem pela discussão clara de ideias. E o resultado é o que está à vista: uma cultura filosófica feita de paráfrases obscuras e citações abundantes, mas onde a capacidade para pensar pela sua própria cabeça nos grandes problemas da filosofia não é, de modo algum, uma propriedade proeminente.
(desconhecido)
Parte terceira:
Todavia, em Portugal continua-se a achar que fazer filosofia é comentar textos de filósofos que morreram há séculos. O resultado é o que temos: professores de filosofia que nada sabem realmente de filosofia, excepto papaguear textos, sugestões enviesadas e jogos de palavras "eruditos" com muitas palavras latinas, gregas e alemãs à mistura. Os grandes problemas, argumentos e teorias da tradição filosófica passam-lhes ao lado. Porque a única via de acesso à história da filosofia é a filosofia contemporânea, se estivermos apartados da filosofia contemporânea não poderemos compreender realmente os problemas, as teorias e os argumentos dos filósofos mortos — tal como alguém que nada saiba de medicina não pode compreender realmente a história da medicina do século XII.
(zé das couves)
Meus amigos, agora é convosco...