sábado, 28 de janeiro de 2006

E foi assim que vimos Giordano Bruno morrer!

O ar estava gélido, devido à espessa camada de nevoeiro que cobria a cidade da Guarda. No entanto, a noite prometia ser de frémito intelectual, até porque as condições atmosféricas estavam adequadas ao ambiente da época em que Giordano Bruno foi condenado à morte na fogueira.
Dez almas, vindas das mais diversas zonas do país, sedentas de sabedoria, reúnem-se, por conspiração do cosmos, na Covilhã. E hoje, mais uma vez, são encaminhadas para a cidade da Guarda para poderem assistir a uma peça de teatro acerca do profícuo pensador Giordano Bruno. Tudo isto foi possível graças ao esforço mútuo de ambos os indivíduos implicados nesta viagem em busca de razão. A partida foi retardada um pouco, em parte pelo facto de se reunirem todas as pessoas que chegavam da universidade para partir rumo ao conhecimento do processo acusatório de Bruno, em que deste adveio a sua condena e subsequente morte.
Chegados à cidade diferente, a neve caía, uma temperatura líquida invisível à vista revelava-se nas fotografias que iam ma peando a ida rumo ao encontro de Bruno.
Inspirados em Kierkgaard, seguimos para um jantar bem regado com vinho. O tema de discussão era o amor à verdade, para condizer com o mote: “In vino Veritas”, tão apreciado pelos filósofos.
Já com um belo sorriso nos lábios, dirigimo-nos à mansão estilo barroco onde a peça seria representada. Ao atravessarmos o portal de entrada, um ar quente atinge-nos na face. O espaço estava decorado com inúmeras velas, uma mesa antiga no centro da cena e uns estranhos desenhos circulares no chão.
As luzes caíram e após um breve momento de silêncio, surge por detrás do pano o primeiro interveniente da peça, a consciência de bruno na forma de uma mulher que nos insere dentro do contexto do pensamento de um Bruno totalmente angustiado mas ainda assim fiel aos seus princípios remetendo-nos ainda para uma atitude quase socrática no que respeita á defesa dos seus argumentos. Um autentico mal estar sobrevoa o auditório como fantasmas que relembram a ultima noite de Bruno. Que arrepios os nossos corpos já quentes sentiam ao som da eloquente voz do actor que moribundo tentava como se de uma ultima tentativa valesse a conversão daquele povo ingrato e assustado com era a verdade do filosofo. O grito foi ouvido, o chamamento foi aceite e nós, jovem povo de um país ainda assustado com tantas outras verdades que vêm surgindo ali ficámos. Recordámos, sentimos, e vivemos a vida mortal que em tempos foi a de Giordano Bruno.

4 comentários:

Anónimo disse...

1 2 experiência

Anónimo disse...

Quanto mais velho o curso fica mrlhor se torna. É como o vinho do Porto.Quero agradecer ao Sexto-Empirico por ter proporcionado este profícuo convívio.
Um abraço

Anónimo disse...

Sexto Empirico não pára...muito mais está para surgir, esperem pelas proximas iniciativas..

Anónimo disse...

VIVA GIORDANO BRUNO - www.thereisnogod.info