domingo, 2 de julho de 2006

Monocromos, a autonomia da cor e o mundo sem centro

"O branco é devorador de todas as cores. "Branco é luz domada: dinâmica da nossa contemplação", definiu o poeta Murilo Mendes1. "Se a arte conheceu a harmonia, o ritmo, a beleza, ela conheceu o zero", está no "Espelho suprematista" (1923) de Malevitch2. A arte, como a ciência e a filosofia, desenvolverá seu método próprio."
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"A América Latina abandona o entendimento da arte como história de estilos ou de imagens para dela extrair problemas a desenvolver. Já não é pertinente a noção de "influência". Não mais existem modelos a copiar nessa epistheme visual. O conhecimento da história da arte é imprescindível para a escolha dos pontos de inserção e ruptura no fundo comum da cultura ocidental. Na articulação dessa consciência, Ferreira Gullar, o teórico do neo-concretismo, discute a morte da pintura em "Teoria do não-objeto": "é com Mondrian e Malevitch que a eliminação do objeto continua. [. . .] Enfim, é a pintura que jaz ali desarticulada, à procura de uma nova estrutura, de um novo modo de ser, de uma nova significação".6 Reiteradamente, Oiticica e Clark se referem ao neoplasticista e ao suprematista. É possível correlacionar os Núcleos de Oiticica, uma arquitetura de planos de cor, aos desenhos arquitetônicos com paredes pintadas como planos monocromáticos de van Doesburg, para além de suas idéias de "paralelismo entre forma pictórica e forma natural".

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