sexta-feira, 10 de novembro de 2006

EXIGE-SE FRONTALIDADE

Não será também esta, um dos requisitos daqueles que julgam amar a sabedoria?

(…) “ Na alma, a ordem e a harmonia chamam-se disciplina e lei, as quais fazem os bons cidadãos e as pessoas honestas: é isto que constitui a justiça e a sabedoria. (…)” - Sócrates 504 d
In PLATÃO, Górgias.

(…) “Ora, o que se alimenta de leite é incapaz de entender a doutrina da justiça pois é uma criança. A comida sólida, porém, é para os adultos, para os que têm já exercitadas, pela prática, as faculdades de distinguir o bem do mal.”
In Carta aos Hebreus (5,13).

Ao iniciar este texto com estes excertos, não julguem que o que lhe segue têm a mesma qualidade, por mim as anteriores palavras seriam mensagem suficiente. Contudo o conjunto de ideias soltas pontuadas que se seguem é, permitam-me, um descanso, uma almofada tranquila, uma miragem de desafogo, onde posso sossegar por breves instantes o meu espírito, sossego momentâneo, espero que se discuta aqui, que me refutem se o acharem necessário e com frontalidade, sem anonimatos, nem com nomes que de lá provêm.
Este texto dirijo a mim inicialmente, e agora perguntam, mas porque raio (de Zeus) se lembra este sujeito de o publicar? Ora, torno-o público aqui neste espaço, por frontalidade como o titulo o obriga, devo por a discussão isto que me perturba, para que juntos me iluminem, e me ajudem a perceber no fim de contas, onde estão ideais, que durante estes anos todos devíamos partilhar, pois estando na universidade existe essa obrigação, mas que é sublinhada, pelo facto de estarmos num curso que prima pela certeza de vectores tão necessários como a verdade, a justiça, a lealdade e um tão englobante, a amizade. Conseguiremos perceber caros amigos onde se perderam os anteriores valores? Prometo que paro com esta lenga-lenga de “desculpem por estar aqui”, mas permitam-me mais este instante, mais sério, não quero com este desafogar engraxar os sapatos de ninguém, que para isso existem os grachas de caixa azul por ai espalhados; nem ferir outros e ainda muito menos, desafogando-me, estar a criar fogo onde não o à, isto tudo porque, acredito ter-se cometido uma grande desonestidade, e com frontalidade dizê-lo e gritá-lo: DESONESTIDADE.
Esta injustiça ou se lhe quiserem chamar: omissão temporária de verdade, que foi cometida, não por mim nem a mim devo confessar, porque é que me meto? Sem cinismos ingénuos como diria Nietzsche, perturba-me o sono, é certo que isto resolvia-o com um tranquilizante ou lda., mas e o espírito acalmo-o com algum medicamento? Não amigos, resolve-se com o título deste pensamento: frontalidade, esta não pode ser acusada de justiceira, nem de ambiciosa, ou pode?
A universidade pequena e rodeada de belas montanhas, os pássaros cantam o que querem, e uns deixando escapar o que de outros ouviram, cantaram uma triste música, de que numa das salas de aula, da parada empedrada, teria sido feita a um MESTRE uma ou outra reclamação de um outro MESTRE. Gostaram da frontalidade, eu não!
Não me cabe aqui criticar os pássaros, porque esses têm asas e voam, ao contrário da galinha, e o mais certo era marimbarem-se para mim, nem muito menos criticar os queixosos, e já agora o que faltava era criticar os MESTRES, mas sabem porquê? Não se critica distante de quem esta visa, regra básica da amizade. Mas posso falar em frontalidade e com essa amizade chamar a atenção, não com “ó pss!” mas, salva ousadia, com: um não nos lixem! Percebem, não nos levem os bons, deixem-nos vislumbrar a Basílica de São Petronio (sexta Igreja maior do Mundo) na Praça Maior de Bolonha, deixem-nos sentir a Praça e Fonte de Neptuno, é este o inicio para que muitos sigam, para que muitos nos deixem viajar, praticar de vez, e partir de vez da prelecção cerimonial, é caso para dizer não nos roubem o que levou anos a conquistar e agora finalmente está em prática. Temos todos de ser pacientes, eu como primeiro desta lista, mas sejamos crentes que irá dar certo, e para além disto, tenhamos a coragem, de interrogar se não poderia se fazer desta ou daquela forma, frontalmente, unindo experiências e vontades, porque para ir à Torre dos Asinelli, há mil e um caminhos. Agora, o MESTRE nunca os fechou, não terão alguns os encerrado? Julgo que não, sabem porquê, estes MESTRES que vos falo estão connosco e por nós, estejamos também com eles, juntos conseguiremos atingir as competências que nos são exigidas.
Amigos, com toda a frontalidade estarei ao vosso dispor para uma luta de palavras e para a frontal discussão, sou Nuno Reis, aquele que por vós e por nós em sede própria sonhou com o que muitos tentam destruir sem frontalidade.
Abraços, espero os vossos comentários.

6 comentários:

Anónimo disse...

O que acontece é que os meninos estão habituados a nada fazer, estão habituados a deambular ao acaso, sem interesse por seja o que for. Se os fazem desalojar do comodismo em que estão instalados aí é que a porca torce o rabo. Um dos nossos mais sublimes "mestres" sofreu uma injustiça, mas como diz o nosso amigo Sócrates, mais vale sofrê-la do que cometê-la. E pronto, nada mais tenho a dizer por agora.
Um abraço!

Márcio Meruje disse...

Quando o homem não mentaliza o mal

O mal não lhe acontece.

Deixa-o mas no berço da maldade,

E o mal não desgraça o homem..

Quando o povo é ignorante para temer as coisas realmente temíveis ( a ambição, a ilusão , orgulho ciúme e inveja )o grande medo da morte logo o dominara.

Não devemos desesperar-nos com a pequenez, da nossa moradia, nem nos deprimiremos com a face da vida que somo obrigados a viver.

Se deixarmos de nos aborrecer com as exterioridades da vida, nossa mente tornar-se-á tranqüila.

Ainda que o sábio conheça o seu valor, não exibe valores

Ainda que conheça a sua dignidade, não reclama dignidade

O sábio perfeito compreende a si mesmo, mas nunca se exibe.

O sábio perfeito nunca se valoriza, abandona a ostentação e o orgulho e mantém a correta compreensão e a plena atenção.

Abandona a ostentação e o orgulho, e mantém a correta compreensão.


Lao-Tsé - Tao Te King


No fundo é a nossa mediocridade ( tão própria deste povo português ) que faz destas coisas : Queremos mudanças mas quando essas mudanças acontecem ficamos com saudades do antigo, de como era antes.

Habituemo-nos ao que agora temos em vez de criticar. De criticar injustamente.

Um abraço,

Márcio Meruje

O tal disse...

De tudo aquilo de mau esperado de alguém, em nada cabe a falta de frontalidade, a qual só se encaixa numa parte do espirito, na vergonha, ou melhor, no medo da vergonha.
Estamos de volta ao nosso lugar, estamos de volta ao pensar, e este é trabalhoso, pesado esgotante. Mas é este trabalho que devemos aceitar com dignidade pois há gosto no pensar, no trabalhar, são eles que fazem de nós Homens.
A falta do pensar é a causa primeira de toda a falta de frontalidade, e é o pensar o caminho tão simples que faz com que este circulo vicioso da falta de frontalidade e da preguiça de pensamento acabe de vez.
É necessário acordar!!! Hoje e agora mais que nunca!!!

Ângelo Milhano

O tal disse...

Esqueci-me da frase de alguém sábio para ilustrar aquilo que pretendemos no desmascarar desta injustiça, não acho que seja necessária, mas...

"O iluminismo é a saida do Homem da sua menoridade de que ele próprio é culpado."

Não necessito de subscrever o autor pois sabem quem foi, tal como o seguimento do texto do qual foi retirado este aforismo.

Ângelo Milhano

Anónimo disse...

Também concordo de certa maneira (mas só de certa maneira ou maneira certa?) com as Vossas Excelências. Mas já agora, um abraço muito especial ao Sr. Nuno Reis e a todos os outros colegas e amigos do Coração que infelizmente não puderam comparecer às comemorações do Dia Internacional da Filosofia por motivos de saúde (foram para aí uns sessenta e tal ou setenta), assim sendo, um desejo de melhoras a todos e que regressem o mais rapidamente possível... pois as saudades que tenho por vós, são muitas.


João Nascimento

Anónimo disse...

Muito bem...

São as chamadas prioridades...

Eu estive lá... :)

Foi lindo que se façam ecoar das bocas mais nobres e experimentáveis o sabor de um saber que poucos (ou muitos) tiveram o prazer de usufruir. A filosofia, o dia da filosofia, o curso de filosofia a faculdade de filosofia é assim mesmo, … ninguém é perfeito haja frontalidade, haja união, mas que grande união (topam?), claro que não, talvez os sessenta ou setenta tenham percebido.

abraços academicos