quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Por que se espera?!


Certo dia na associação de jornalistas e Homens de Letras do Porto, assisti a brilhante palestra de António Lopes Ribeiro, famoso Cineasta, que manteve, na TV, o “Museu do Cinema”, programa que o povo não esqueceu e lembra com saudade.
Ora o conferencista, na habitual à vontade que lhe era peculiar, defendeu a tese que o cinema não é responsável pelo mal que corrói o mundo, mas pacifico espelho da sociedade.
Que me desculpe o célebre realizador de cinema, vir, agora, discordar do seu parecer; para mim, foi e é o principal responsável pela mudança de comportamentos; e não está só, acompanha-o a imprensa, a TV e a tão desejada Internet.
Sacerdote brigantino, à saída da sala de cinema, confessou, após assistir a filme que narrava a vida de Cristo: - “O actor que interpreta Jesus, evangeliza mais que punhado de missionários…”
Tinha razão: actrizes, figuras públicas, desportistas, escritores, não olvidando os jornalistas, ao declararem que seu trabalho é o espelho da sociedade, enganam-se ou enganam: a sociedade é o reflexo de seus pareceres.
É lugar comum asseverar: a violência domina o mundo; e o mundo, para nós, é a nossa cidade, as ruas onde nossas esposas e filhos caminham. Artérias onde corre sangue inocente.
Durante décadas os povos andaram a ser manipulados. A TV e o cinema injectaram a peçonha da desmoralização, divulgando comportamentos reprováveis e cenas indecorosas, inflamando desejos e viciando adolescentes.
A imprensa, a TV, conscientemente, plasmaram a índole dos leitores e ouvintes: mudaram-lhes valores, ao opinarem conceitos e condutas. São, no entanto, as “novelas”, no nosso tempo, igualmente responsáveis, porque analisam posturas ignominiosas, que à força de serem vistas, tornaram-se de chocantes, normais.
O que era ruim parece agora bom; o que se reprovava, tolera-se e até aprova-se. Nunca ouviram a expressão: “Anda no ar…”; é que pensamentos bons e maus, borboleteiam como ondas no ar, e as mentes captam e guardam.
Esse tem sido, em regra, o trabalho da media: vulgarizar o mal e a promiscuidade da sociedade.
A liberdade sexual apresentada em rebuço, “nas novelas”, sem aprovação, leva muito a perguntarem-se: Por que não fazer o mesmo?
Assim se desagrega e corrompe-se a família, aguçam-se apetites… e alimenta-se a precisão de preservativos e a malfadada interrupção da gravidez.
Desse jeito endurecem-se os corações, perde-se o respeito, a honra, a dignidade, os valores, e esbatem-se as fronteiras do bem e do mal.
Surge, então, a violência, a corrupção… a impunidade –“Se todos fazem… Porque não eu?! – interrogam-se.
Perguntai-me: Por que os meios de comunicação – mesmo os que mergulham em raízes cristãs, – agem assim?! Eu vos direi:
É a cobiça: a cobiça do dinheiro, da fama, do poder. Transmite-se o que o apetite quer, o que dá audiência, e não o que a sociedade precisa, e deste jeito a Nação queima-se em concupiscência.
Não sabem os responsáveis da TV, que a “novela”, em muitos lares, é a primeira fonte de cultura e tema de conversa?!
Desconhecem que é pela postura das personagens que os jovens pautam a conduta?! E que as figuras publicas são responsáveis pelo muito desconcerto que crassa pelo Pais?!
Se sabem, por que não mudam?! Se ignoram, há ainda tempo de se emendarem, para não serem culpados do mal que está acontecendo aos nossos filhos, e pela degradação da Pátria.
Brinca-se com as labaredas do erotismo. Inflama-se de torpezas os corações juvenis e das cinzas voam as faúlhas da violência, do crime e da morte.
Se houvesse chama de Amor, de fraternidade, a paz urbana regressaria. Voltariam as nossas crianças a brincar despreocupadamente; cairiam as grades das nossas janelas; e as expressões de medo apagar-se-iam.
A paz dos bons velhos tempos estampar-se-ia, de novo, nas faces dos idosos e os olhos das crianças tornar-se-iam a rir.
A felicidade do povo depende dos mas - media, das figuras publicas, dos políticos e de todos nós… por que se espera?! Que se tange a fogo depois da Nação se queimar de imundices?!
Humberto Silva

1 comentário:

Anónimo disse...

Moralista???