sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Biblioteca Central: A utopia do sólido silêncio

“São muitas, mas invariavelmente distorcidas, as visões que se costuma ter de uma biblioteca. Ora é lugar sagrado, onde se guardam objectos também sagrados, para desfrute de alguns eleitos. Ora, sob uma outra óptica é apenas uma instituição burocratizada, que serve para consulta e pesquisa, assim como para armazenar bolor e traças. Para muitos poucos, aqueles que a frequentam assiduamente, ela constitui o local de encontro com o prazer de ler, conhecer e informar-se.”
O que é afinal uma biblioteca?

Pedir silêncio na biblioteca será uma reivindicação dos quase 900 € que pago de propinas na UBI ou simplesmente uma exigência pelo local que frequento?

A nossa tão querida biblioteca central está inundada por um vírus que contagia todo o Ser que resolve nela entrar. Desde os funcionários até aos meros utilizadores de um computador todos eles estão contagiados por esse vírus.
Esse vírus, o banzé sonoro que de manhã à noite é quase sempre constante, sufoca qualquer Ser que pretenda realmente tirar partido daquelas belíssimas instalações (que de práticas pouco têm…)

Poder-se-iam propor uma data de medidas que ajudariam a solucionar este problema, a saber: que as empregadas da limpeza parem de falar da comida do dia anterior (ou sabe-se lá mais o quê…) ou que falem mais baixo; que as meninas se descalcem na entrada do edifício (já repararam no magnifica melodia que 3 pessoas fazem a descer as escadas para o piso -1?), que os cibernéticos (ou vicio-néticos) se comportem devidamente no local onde estão, relembrar que namorar é na rua (e não em cima de uma mesa de biblioteca), trabalhos em grupo é em salas que estão construídas para o efeito (…). E acima de tudo: POR FAVOR: SE QUEREM CONVERSAR RESPEITEM E VÃO ATÉ AO BAR!!!
Já que mudar tão belas instalações é pouco sensato (que tanto dinheiro custou a todos nós… nem me lembrem os baldes de agua nos corredores, prateleiras, e afins!) proponho que se tentem reformar as mentalidades dos utilizadores (e funcionários) de tal instituição para que, todos juntos, tenhamos um maior rendimento do espaço que utilizamos e de modo a todos ficarmos satisfeitos.


Mandem um grito para pedir silêncio…É grito menos grito e no meio de tantos gritos é o único grito com razão de existir!!!...E assim fazemo-nos ouvir!


Cumprimentos desde utilizador da Biblioteca Central,
Márcio Meruje

P.S.- A “gota de agua” para este curto texto foi o facto de passar uma tarde na biblioteca, que por sinal está a ser pintada, e onde os trabalhadores com muita devoção pintavam as paredes com bonitas melodias de “assobio” e os olhares ficavam estatelados na primeira “gaja boa” que passava! … Fantástico não é?
Uma nota ao arquitecto da B.C.: Lembre-se dos pormenores das escadas nos futuros. Está visto que o edifício é muito «art-deco» mas é convidativo ao barulho. A começar pelas escadas…

12 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo Márcio, tens toda a razão, de facto é quase impossível estudar na biblioteca. Em época de exames ou frequências é flagrante a barulheira que se faz ouvir no piso -1.
Confesso que eu sou também um desses que rompem o suposto silêncio que deveria existir nos antros do conhecimento. Vou ter mais cuidado.
Um abraço.

Anónimo disse...

Viva !

Obrigado pela atenção.

Resta-me dizer que a primeira crítica que faço, como utilizador da biblioteca, é a mim mesmo !

Anónimo disse...

oh por favor...
não me venham com essas coisas do mea culpa mea culpa...

mas sim... a biblioteca é um tanto ou quanto estranha, a sua arquitectura é deveras interessante e funcional, eu cá acho isso...

há barulho é um facto, mas... que querem?? digamos que é mais um dado a indicar de como a universidade da beira interior (biblioteca, serviços academicos, acção social etc...) é peculiar, estranha e bastante .... enfim , peculiar...

podemos dizer que é o "interior" que nós faz feliz... o mais importante é mesmo o interior...
o resto é superficial :P
boa marcio :)

Anónimo disse...

"Mandem um grito para pedir silêncio…É grito menos grito e no meio de tantos gritos é o único grito com razão de existir!!!...E assim fazemo-nos ouvir!"

gostei muito... e concordo...
teremos que ter mais atenção a todo um funcionalismo antagonico dos nossos seres inquietos...

sem medo

abraços

Anónimo disse...

mea culpa...mea culpa !!

Será que resulta colocarem mais uns quantos daqueles cartazes em verde alface a dizer SILENCIO ??? ehehehe...

... Ahhh... SEM MEDO !

Conselhos para atingir os objectivos do silêncio :

(AB)USE : O Livro Amarelinho, que lhe chamam livro de reclamações, vale a pena ser aberto. Escrevam nele algo simpático ;) Até podes sugerir uma carpete vermelha na escadaria para o piso - 1 como forma de amortecimento das magnificas melodias das "botinhas" =]

Um abraço.

Anónimo disse...

O Márcio Meruje está completo de razão, uma vergonha total o comportamento das pessoas (os macacos também são considerados pessoas). Um dia destes estive mesmo para jogar lá às malhas e ao rolho,mas como tinha de estudar, fui para o mercado municipal.

Anónimo disse...

ó bento xxiii, o que é o rolho?

Anónimo disse...

Oh querido(a) amigo(a)! O rolho é um jogo tradicionalmente português, é parecido com as malhas mas na vez de ter dois "pinos" só tem um - o rolho.
P.S: Acho que ainda não existe em computador.

Anónimo disse...

eheheh-...

A tradiçao ja nao é o que era !!!

=]

Anónimo disse...

Concordo plenamente, um dia deste vou lá e rasgo-me todo. Se queerem hi5 que vão para casa. Tambe surgiro à ideia de um segurança, para os mandar embora...

abraço do tiago

Anónimo disse...

a solução é não ir à biblioteca. requisitar livros e ir para casa... ou usar o mp3 que está muito em voga. ao menos assim, seleciona-se o ruído.

Anónimo disse...

eu pago 900 € ( sim...não sou bolseiro !! ) e posso exigir silencio não ? ? ? ?


Cumprimentos,

MM