Não era isto que eu queria da filosofia, que ela me conduzisse a este reino de perguntas e respostas prontas, sem mais nada, sem nenhum ganho. A este reino de perguntas prontas, porque faz parte da “condição humana” nausear-se infinitamente com as mesmas perguntas que desde os primórdios da humanidade foram feitas: Que sentido tem tudo isto? O que devo fazer? O que é a morte? Enfim, uma náusea.
É certo que hoje ninguém quer saber da filosofia, ela também não serve para nada, senão para meia dúzia de velhos do Restelo que insistem em não deixar largar as naus do desespero humano. “Conhece- te a ti mesmo”, “Não andes lá por fora”, enfim, embriaga-te com a única resposta filosófica possível: nada, silêncio, drama. Nunca vi personagens tão cómicas como os filósofos, é que eles não apenas representam como são mesmo tristes, estrebucham, dão murros na mesa, masturbam-se, enfim, uma comédia. Se deus existe e nos espreita lá do alto da montanha, toda a hora das suas inconcebíveis horas eternas, se deve desmanchar a rir com esta trupe, que não sabendo dormir, insiste em não acorda dessa realidade: nada, silêncio, drama.
Não gosto dos filósofos, principalmente desses de tradição socrática, esses armados em não tiranos de ogivas na boca, que bombardeiam constantemente o sossego dessa boa gente, estúpida, insignificante, humilde no sentido servil e imundo do termo, mas ao menos honesta: “A filosofia não serve para nada!” Enfim, o que queria Sócrates da sua cidade é que os seus cidadãos se tornassem doentes como ele, que o ajudassem a expandir essa peste cor-de-rosa lubrificada de crepúsculo, de sentido, um sentido que a eles próprios escapava, que eles não sabiam dizer e por isso inventavam metáforas, faziam analogias, narravam alegorias, antecipavam a religião. Imaginemos pois, se o mundo fosse todo do género dessa gente fanática, que não gosta de trabalhar, que só pensa na morte e no destino da “humanidade”, que não conhece a sinceridade porque pensa, analisemos, pensar é colocar-se diante de, posicionar-se, iluminar o palco, pousar a ideia na fria mesa de inox e aplicar-lhe infinitamente a cirurgia, esquartejá-la, ensanguentá-la até que o original sentido da filosofia desapareça: nada, silêncio, drama. O filósofo é tão digno como um assassino.
É certo que hoje ninguém quer saber da filosofia, ela também não serve para nada, senão para meia dúzia de velhos do Restelo que insistem em não deixar largar as naus do desespero humano. “Conhece- te a ti mesmo”, “Não andes lá por fora”, enfim, embriaga-te com a única resposta filosófica possível: nada, silêncio, drama. Nunca vi personagens tão cómicas como os filósofos, é que eles não apenas representam como são mesmo tristes, estrebucham, dão murros na mesa, masturbam-se, enfim, uma comédia. Se deus existe e nos espreita lá do alto da montanha, toda a hora das suas inconcebíveis horas eternas, se deve desmanchar a rir com esta trupe, que não sabendo dormir, insiste em não acorda dessa realidade: nada, silêncio, drama.
Não gosto dos filósofos, principalmente desses de tradição socrática, esses armados em não tiranos de ogivas na boca, que bombardeiam constantemente o sossego dessa boa gente, estúpida, insignificante, humilde no sentido servil e imundo do termo, mas ao menos honesta: “A filosofia não serve para nada!” Enfim, o que queria Sócrates da sua cidade é que os seus cidadãos se tornassem doentes como ele, que o ajudassem a expandir essa peste cor-de-rosa lubrificada de crepúsculo, de sentido, um sentido que a eles próprios escapava, que eles não sabiam dizer e por isso inventavam metáforas, faziam analogias, narravam alegorias, antecipavam a religião. Imaginemos pois, se o mundo fosse todo do género dessa gente fanática, que não gosta de trabalhar, que só pensa na morte e no destino da “humanidade”, que não conhece a sinceridade porque pensa, analisemos, pensar é colocar-se diante de, posicionar-se, iluminar o palco, pousar a ideia na fria mesa de inox e aplicar-lhe infinitamente a cirurgia, esquartejá-la, ensanguentá-la até que o original sentido da filosofia desapareça: nada, silêncio, drama. O filósofo é tão digno como um assassino.
David Santos
4 comentários:
Olá David,
Alguém me desenterrou (estou morto) para ler e comentar o teu texto, gostei muito. Percebo-te. Enfim, o mundo (dos seres humanos e restantes animais)é uma competição selvagem e uma exploração sem precedentes. Militei a tua licenciatura (pelo menos é o que diz a merda de um papel verde que se encontra no interior da minha sepultura) e percebi o mesmo que tu, não é fantástico? O gene é mesmo fodido (egoísta), não é? Nem com a filosofia o gajo se endireita. Olha David, hoje vesti roupa negra. Há sempre alguém que questione, "morreu-te alguém"? Sim, fui eu que morri. Morri-me. Não morram!
Se toda a gente fosse filósofo, ou poeta, ou deambulador, o planeta morreria. Mas é preciso quem se preocupe com as mais ínfimas questões, quem "pense na morte e no destino da humanidade", quem ocupe o seu tempo com esses nadas, silêncios e dramas. Poderá surgir daí a cura para todos os males? Talvez não. Ainda mais males que de uma neo-caixa de Pandora saltem para nos atormentar? Porque não? A náusea precisa-se, ainda que vomitemos muitas "doutrinas". Venha o drama, ou a comédia, poderemos não ser os actores, mas os encenadores. Seremos capazes?
(Continuem, são os Maiores, espicacem-nos!!!)
Undead, dizes ser preciso, apenas isso, é preciso quem isto, é preciso isto e aquilo. Uma só pergunta, porquê??? É benéfico?
Bom trabalho, desejo ao núcleo.
Ola David!
Li seu blog e achei muito interessante.
Aproveito para convida-lo a conhecer o Programa de Instrutor de Desenvolvimento do CICD no Reino Unido.
Estamos recrutando Portugueses para participar do programa de voluntariado.
Por favor conheca e se puder divulgue entre ses amigos na universidade.
Para contato: kelli.cicd@google.com
http://www.facebook.com/profile.php?id=1357899443&ref=profile#/group.php?gid=81154766260&ref=ts
Obrigada pela atencao.
Kelli Cardoso
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