sábado, 12 de maio de 2012

Pode a política ser sexy?


A primeira condição para se ser sexy é ter uma boa imagem. Infelizmente é disso que a política sofre mais, deficit de apresentação e beleza - para já não falar de bondade natural e espontânea. O nosso ministro das finanças Vítor Gaspar até pode ser bom homem e gente honesta, até se pode vestir bem e andar com as costas sempre eretas, mas é a austeridade feita pessoa, o ar carrancudo, a dificuldade de sorrir e a testa enrugada atestam-no. Já o nosso bom ministro da economia é com certeza um sujeito aprazível, bonacheirão, polido e sincero, com quem sempre dá para meter dois dedos de conversa seja onde for sobre o assunto que for, mas, em contrapartida, também se parece com um daqueles típicos antigos colegas de turma que nem no intervalo saiam da sala, demasiado franzinos e adoentados para jogar à bola ou sequer para fazer uma cambalhota direita, que não se conheceram sem óculos e usavam sempre as calças apertadas acima do umbigo. Também Passos Coelho tem tiques de betinho, ainda que ninguém o possa acusar de ser desleixado, que sai de casa sem lavar os dentes ou sem acertar o risco sempre feito com toda a minúcia mas sempre feito ao lado. Já as nossas ministras são uma lástima, em perpétua negação da sua feminilidade, a única coisa que as distingue dos restantes senhores são os saltos altos, irão com certeza envelhecer mais depressa.
Poderão agora contra-argumentar, dizer que a política é uma coisa séria, que o que importa é a competência, que a política não pode ser pop nem kitsch. Mas destes políticos sérios e competentes estamos nós fartos, desses que ora nos dão e que ora nos tiram, sem que nós percebamos bem porque ora nos dão e noutra hora nos tiram. Desses a quem confiamos, pela sua competência e sabedoria (e já que todos foram alunos brilhantes nos tempos idos de colégio – exceto um ou outro analfabeto paraquedista), para fazer aquele que deveria ser o nosso trabalho, o trabalho mais importante de todos, precisamente aquele que subtrai ou multiplica postos de trabalho. No fim de todas as contas feitas, ninguém percebe nada, a malta dá-se toda bem, vai ao cinema, vê concertos de toda a m**** que houver com a mesada dos pais que houver e, se disso for necessário, faz-se uma vaca, bebe-se uns copos com os amigos e amigas, entre o fumo dos cigarros sempre acesos e o cheiro a café traem-se confidências, distribuem-se inconfidências, mas, estes políticos, parece que estão sempre de mal connosco, sempre distantes, sempre suspeitos, sempre a tratarem-nos da vida, para o bem e para o mal, amén! 
Porque quem tinha razão era o Miguel Portas, deus o tenha se o Miguel o quiser ter, “deixem o povo respirar”. Afinal, pode ou não pode a política ser sexy

David Santos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá adorei o teu texto!
Para mim a política não é sexy mas sim um metodo de escape dos nossos queridos políticos áquilo que é produtivo e inovador para o nosso país.Embora se possa dizer muito mais sobre a máfia que está na Assembleia da República.
Quanto ás mulheres,elas fazem o seu trabalho tal como os homens,e isso é que interessa e não os seus saltos ou até mesmo o penteado pois isso não a define.