terça-feira, 25 de setembro de 2007

"Engenharia da Mente - Uma Metodologia de Representação do Conhecimento para a Construção de Ontologias em Sistemas Baseados em Conhecimento"


"Na era da informação digitalizada, pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento
enfrentam uma nova questão: a organização semântica dos dados. A matéria tornou-se
importante pelo fato das informações digitalmente disponíveis estarem dispostas, em sua
maioria, como dados não-estruturados. Todavia, sabe-se que a estruturação de dados é um
problema complexo que poderá ser resolvido através da construção de modelos formais e de
linguagens da Ciência da Computação, sobre as quais é preciso observar que essas áreas
específicas possuem uma cultura própria e um modo singular de se comunicar. Observando os
fatores envolvidos, nesta pesquisa, desenvolveu-se uma metodologia para a compreensão e
representação computacional dessa maneira de comunicação, o que permitiu, a cada
comunidade ou ambiente de trabalho, a viabilidade de expressar o seu domínio de
conhecimento. Denominou-se esta metodologia de Engenharia da Mente, cujo conceito
‘Ontológico’ tornou-se uma importante ‘chave’ para a estruturação de dados e para a
construção de Sistemas Baseados em Conhecimento.
A Engenharia da Mente é definida pela Engenharia do Conhecimento e Engenharia de
Ontologias como um processo de sincronização do conhecimento desenvolvido com a
finalidade de fixar modelos conceituais em relação ao objetivo e à aplicação do modelo de
gestão baseado na Inteligência Artificial (IA), e identificar e sistematizar habilidades
intelectuais da equipe de desenvolvimento do sistema, auxiliando-os na percepção do
problema com qualidade e criatividade."
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TÂNIA CRISTINA D’AGOSTINI BUENO
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domingo, 23 de setembro de 2007

Folhas de Outono: Uma queda ubiana

“Já lá vai o tempo em que vivíamos segundo os nosso ideais. As flores irão surgir, o Sol irá aquecer, as folhas cairão e a chuva irá aparecer. As estações do ano seguirão o seu curso normal. A Terra continuará a rodar à mesma velocidade e os planetas do universo não se desviarão da sua rota. No entanto, nem que seja por uma miserável e ridícula parcela de um micro-segundo, o mundo mudou.”



Se existem recordações de uma passagem pela UBI, uma delas é a chegada à sala II.08 onde jovens caloiros, acabados de chegar, transpareciam um olhar atento e reticente sobre o local que os tinha acolhido. Numa outra face era notória uma saudade estonteante por locais em que outrora foram acolhidos. Mas isto é banal: toda a nossa vida é feita de espirais, em constante movimento ascensional, que se vão alargando sucessivamente. É um facto esta chegada mas pouca importância tem ou, pelo menos, não tem tanta assim. È apenas uma recordação sentimental.

Na primeira entrada daquela sala sentiu-se a filosofia no ar onde um louco (perdoe-me: um filósofo. Loucos éramos nós!) gesticulava com forças rítmicas e dinâmicas numa voz soante toda a força da filosofia, ou grande parte dela. A janela dava a conhecer duas coisas: O acto idílico do ser humano na sua comunhão com o saber e, indiferente a tudo isto, as folhas das tílias e dos castanheiros iam amarelecendo suavemente em todos os segundos graças À chegada calma e nostálgica de mais um Outono. A janela nesse momento não era uma janela qualquer. Reflectia o homem quase como um espelho mas, por outro lado, era igualmente o vidro que dava a conhecer o exterior. A janela ainda é testemunha de todos os momentos: quer de loucuras, quer de indiferenças e de diálogos maquinais, sem sentimento.

A filosofia há muito que deixou de ser um amor para ser um meio de subsistência desapaixonada. Mas se deixou de ser também depende de nós voltar a SER: viva-se agora a filosofia na UBI. Não falo exclusivamente para os alunos: Falo para os docentes. Não me faço de vítima mas exijo AMOR. Não exijo por pagar propinas mas exijo pelo que sinto ser a filosofia!

Até podemos não ter uma biblioteca silenciosa, poderemos nem ter boas instalações mas temos lugares que merecem destaque. Se a parada vive as estações rodeada por estudantes onde três tílias existentes dão outra cor no meio da pedra, o famoso Passeio dos Filósofos, junto a outra tília, marcada pelo tempo, representa não só maturidade mas igualmente sentimento.

E já que hoje entra o Outono espero que as tílias não vejam o morrer da filosofia e de todas as loucuras (perdoem-me: paixões) que alguns alunos e docentes vivem (e que todos os outros deveriam viver). Que estas árvores não assistam a nada mais sem amor e sem genuinidade.

A chegada do Outono é o ganhar forças para uma nova Primavera e uma nova vida. O cair das folhas não é apenas um desapego da árvore mas sim a necessidade, intrínseca à árvore, de todos os anos reviver!

Tal qual uma árvore: Vamos amar e reviver.

O Outono representa maioritariamente uma letargia, um recolher de forças para uma nova estação de crescimento. Contudo, mesmo antes de um recolher de forças é um esplendor de beleza onde as folhas tomam cores vivas e acabam por cair de muitas das árvores. Contrariamente, outras árvores continuam verdes e carecem dessa beleza mas são elas quem apresenta o verde em dias cinzentos . Que este Outono seja um Outono diferente na UBI

Idilicamente,

Márcio Meruje

X Jornadas Culturais de Balsamão

Nestas X Jornadas, o Professor José Rosa vai participal, onde no dia 5 vai elevar o seu conhecimento sobre Santo Agostinho. Como nosso professor, é de aclamar que é o homem que melhor explica Santo Agostinho ( e não só).
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Cristianismo e humanismo – desafios ao homem contemporâneo" é o tema que dá o mote às X Jornadas Culturais de Balsamão, que decorrerão no Convento de Balsamão, de 4 a 7 de Outubro de 2007. A iniciativa celebra este ano a beatificação do Pe. Estanislau Papczynski, Fundador dos Marianos
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O Convento de Balsamão está situado no Nordeste Transmontano, no coração do distrito de Bragança, de cuja cidade dista cerca de 57 quilómetros. O monte de Balsamão é banhado a sul pelo rio Azibo, que é atravessado por uma pequena ponte romana e a norte, pela ribeira de Chacim.
Com a altitude de 522 metros "o pequeno monte" desfruta de um microclima muito característico, onde inclusivamente se permite a plantação da laranjeira e amendoeira, cuja paisagem, na época da floração, é deslumbrante. Mesmo em frente fica serra de Bornes, outrora chamada de "monte mel", com os seus férteis vales e outeiros.
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No Convento de Balsamão vive a Comunidade Religiosa dos Marianos da Imaculada Conceição, a quem pertence o Convento que além do serviço de acolhimento a peregrinos e a hóspedes, desenvolve um plano de actividades pastorais e de formação para a Vida Consagrada.

Luta na filosofia ou redução ao absurdo de argumentos - Rolando Almeida

Não são raras as vezes que observamos lutas e disputas entre diversas correntes filosóficas, como se de autênticas rivais se tratassem. A expressão deste aspecto é manifesta nos departamentos das universidades. “Não se deve dar muita confiança aquele porque é analítico”; “Ai, aquele esteve a fazer uns seminários nos Estados Unidos e agora acha que sabe tudo”; “Olha, o tipo passa a vida a citar em alemão e grego, mas é só para se evidenciar, porque não sabe nem alemão, nem grego”, etc.
-Rolando Almeida
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Este comportamento por vezes vai tão longe que se criam verdadeiros ódios de departamento disfarçados de pós modernos versus analíticos. Ora bem, não pretendo aqui mostrar que, afinal de contas, we are the world, we are the children e o que faz falta para animar a malta é a fraternidade e amizade, como se tudo tivesse lugar em tudo e tudo passasse a valer por igual medida. O que está aqui em causa é que a má atitude a ter, tanto em filosofia como em qualquer outro saber, é a de se criar ódios de estimação sem indagar porque é que este ou aquele filósofo, esta ou aquela corrente, não presta. Esta má atitude assenta na base expressa do seguinte modo: ou sou a favor de X, ou sou contra X. Se sou a favor, vou ler tudo sobre X. Se sou contra, então não leio uma linha sequer porque pura e simplesmente não vale a pena. Por outro lado, podemos desde já esquecer a pretensão de nos tornarmos ao mesmo tempo especialistas em filosofia analítica, pós-modernismo, grego e alemão. Este imenso saber só está ao alcance de muito poucos, se é que o está verdadeiramente para alguém. Temos, antes de tudo, de saber viver com as nossas limitações e, sobretudo, ter boas orientações para saber por onde começar. E há dois bons pontos de partida para aprender filosofia:
1- Conhecer um pouco a sua história
2- Saber o que actualmente está na ordem do dia da investigação filosófica.
Para começar, no que respeita ao ponto 1, provavelmente não faz sentido começar a estudar por uma história da filosofia que esteja desactualizada. Uma boa introdução à filosofia, mais ou menos extensa, é um bom ponto de partida para conhecer o desenvolvimento dos principais problemas da filosofia. Um dicionário de filosofia ajuda muito neste primeiro passo. E assim começamos a dar os primeiros passos. Normalmente uma boa história da filosofia, bem organizada, vai directamente aos problemas e autores centrais, indicando bibliografia primária e secundária para, mais tarde, aprofundarmos os temas que mais nos interessam.
Para saber o que mais se investiga actualmente em filosofia, uma boa fonte, é consultar os departamentos de filosofia das melhores universidades do mundo. Só a título de exemplo, se fizermos tal exercício, verificamos que estudar Heidegger ou o pós modernismo em filosofia hoje em dia, ocupa somente 10% de toda a investigação feita, pelo que podemos depreender que os autores pós modernos ou Heidegger, apesar de podermos sofrer de orgasmos intelectuais com estes autores, não são, na verdade, aqueles que mais se aprofunda e investiga em filosofia, nem aqueles que se cita na bibliografia mais relevante actualmente. Não quero com isto dizer que um autor como Gilles Deleuze não seja importante. É-o certamente. Muito mais é Heidegger. Acontece que estes autores são motivo de investigações muito específicas para podermos começar a estudar filosofia por eles. E é um erro pedagógico grave começar a ensinar filosofia pelas investigações mais específicas e particulares, quando temos um enorme campo de investigação noutras áreas que podem mais tarde despertar interesse para um autor ou outro. No caso, o facto destes autores serem motivo de interesses mais específicos, não é porque sejam autores mais difíceis que Descartes, David Hume ou Daniel Dennett. Acontece que possuem menos relevância para o campo de investigação que hoje se faz. Saber o que as grandes e melhores universidades do mundo investigam é um apelo à autoridade, mas se não confiarmos em quem sabe e mais trabalha, que vai ser de nós e do nosso estudo? Como em tudo na vida, também em filosofia, não podemos ter a pretensão que podemos partir do topo, desconhecendo por completo a base. Recorrendo a um pequeno exemplo, não faz grande sentido estar a discutir argumentos de Heidegger sem saber, sequer o que é um Modus Tollens. Podemos pensar que em momento algum da sua obra, Heidegger se referiu ao Modus Tollens, mas acontece que, para discutir argumentos temos de saber as regras da discussão e essas envolvem regras simples como o Modus Tollens. Por esta razão, se nos dispomos a discutir Heidegger desconhecendo a gramática da discussão racional, acabamos por fazê-lo de modo obscuro, ininteligível, muitas das vezes roçando um lado romântico e poético, como se filosofar dependesse única e exclusivamente deste talento que nem todos possuem. Talvez por esta razão, alguns departamentos de filosofia, produzam mais talentos em poesia e teatro do que propriamente em filosofia, imagem lírica, bonita, mas completamente errada da filosofia e que por aí prolifera.
Mas uma coisa podemos ter como certa: alguém que se disponha a discutir a filosofia de Heidegger, tem de ler a obra de Heidegger, pelo menos os textos de referência. Disto ninguém duvida. Do mesmo modo que alguém que queira discutir os argumentos de Peter Singer ou Bertrand Russell, terá de ler os seus livros mais importantes. Caso contrário não saberá do que está a falar e mais não faz do que a expressão de um ódio de estimação qualquer, denunciando uma má relação com o saber. E a relação é má porque se estudou Heidegger só para se evidenciar e não porque é movido pela curiosidade intelectual e está realmente preocupado com os problemas. Quem, recorrendo a mais um exemplo, está interessado em estudar metafísica, pode e deve ler as obras de Heidegger, mas não pode ignorar a obra de Russell. Se o faz passa somente por conhecer uma terça parte do problema. Se não o faz (como eu que não li a maior parte da obra de Heidegger) deverá assumi-lo claramente, mostrando que o seu interesse no estudo da metafísica é, por enquanto, x e não y. Se quiser avançar no estudo, o mais provável é que tenha de ler Heidegger, mais que não seja, para compreender que a obra do autor não é a mais relevante, se assim for.
Mas, independentemente do estudo que possamos fazer em filosofia, a atitude que nunca é de esperar, é a de banalizar os autores e a filosofia, ou pelo menos parte dela, como se estivéssemos a falar de um vizinho que não gostamos somente porque comprou um Mercedes quando nós nem dinheiro para um Renault temos.
As consequências de pensarmos que descobrimos a verdade somente porque lemos uma parte de um dos livros de Platão em Grego, são devastadoras, pelo menos se formos professores e pretendermos ensinar algo do que sabemos. E são devastadoras porque não incentivam os neófitos ao estudo da filosofia. O melhor que pode provocar no jovem aprendiz é maravilhar-se com a sabedoria do professor e pouco mais. Ensinar envolve os nossos afectos, mas creio que os envolve no sentido da maior imparcialidade no que temos a ensinar e no modo como o fazemos. Quem gosta realmente de ensinar, mantém a atitude de ir para além daqueles que são os seus autores preferidos, sempre com o objectivo de revelar ao aluno esse grande universo que é a filosofia, partindo de uma base que seja sustentável para alguém que quer começar a aprender filosofia. Tudo isto, para além dos nossos gostos e ódios de estimação. A filosofia pertence a todos e a todos deve ser ensinada de modo imparcial. E para objectar argumentos podemos sempre recorrer a uma redução ao absurdo.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O ensino da filosofia. Por Rui Pedroto

Um semanário noticiava há poucos dias que várias licenciaturas do ensino superior, incluindo a própria licenciatura em Filosofia, iriam ficar impedidas de exigir o exame a esta disciplina como prova de acesso aos seus cursos, devendo optar por exames de outras matérias como a História, Português ou Geografia.Das 357 licenciaturas que exigiam a Filosofia como prova de acesso, todas vão ficar privadas de o fazer por decisão do Ministério da Educação através da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior.De há muito que a política educativa em Portugal navega num mar tormentoso a bordo de uma nau sem rumo definido.Subliminarmente, porém, a anafada burocracia do Ministério da Educação, em que nenhum governante parece ter mão, lá vai impondo, ao melhor estilo do moderno “eduquês”, sucessivas reformas e contra-reformas, doses maciças de didáctica e pedagogia e um imparável resvalo para a chinela da tecnocracia.Não tarda e a formação filosófica deixará de fazer parte dos curricula do ensino secundário, quando no ensino superior o número de cursos e de estudantes tem vindo a declinar irreversivelmente.A Filosofia como saber autónomo corre assim o risco de desaparecer do panteão do conhecimento, quer na sua componente formativa geral enquanto disciplina do secundário, quer mesmo enquanto ramo autónomo de formação superior, e os seus cultores remetidos ao estatuto de um escol bizarro e minoritário, que na verdade já o vem sendo na representação social que dele faz o vulgo, e, ao que parece também, alguns dos mais altos comandos da nação.A Portugal tem faltado um modelo educativo coerente e consistente.A educação de outros tempos privilegiava muitas vezes a memorização acrítica dos conhecimentos, considerava a didáctica e a pedagogia artes menores, estabelecia, ainda que só implicitamente, uma rígida hierarquização dos saberes, distinguindo claramente, através da segregação do ensino técnico-profissional, o saber-fazer de vocação mais profissionalizante da preparação mais geral e teorética do ensino secundário tradicional, antecâmara do acesso à universidade.Esse modelo convinha ao espírito obscurantista e elitista da época que olhava de soslaio o questionamento crítico e prolongava no sistema de ensino o imobilismo social do regime, reproduzindo-o e fortalecendo-o.Apesar dos seus múltiplos defeitos essa escola que as gerações com mais de 40 anos ainda conheceram era disciplinadora e exigente, rigorosa na preparação e na progressão dos alunos, cumprindo assim com razoável eficácia o seu principal papel social, o de ensinar e aprender.A escola actual tem vindo a claudicar naquilo que é a sua função primária.A massificação do ensino em todos os graus, sem dúvida desejável e imperiosa face aos preocupantes níveis de analfabetismo e iliteracia, não foi capaz de preservar a qualidade e o rigor.Redundou na facilitação e no nivelamento por baixo, deixou de imperar a disciplina e o respeito pela hierarquia escolar – não a disciplina imposta pelo medo das represálias ou um timorato temor reverencial, mas a disciplina indispensável à aquisição metódica e esforçada de todo o saber.O ensino técnico-profissional, agora em vias de reabilitação, sofreu um rude golpe, gerando fortes desequilíbrios na estrutura do emprego.A docência perdeu prestígio social e o seu magistério atraiu muitos profissionais sem vocação, que as dificuldades do mercado de trabalho e a facilidade de acesso ao emprego público propiciaram.Pede-se hoje ainda aos docentes que, além de educadores e pedagogos, pois ensinar é antes de mais deter sólidos conhecimentos sobre as matérias lectivas e transmiti-los eficazmente, que sejam psicólogos, educadores e assistentes sociais, forçados que se sentem em substituir muitas vezes a família na socialização e inclusão social do aluno, no combate ao abandono e ao insucesso escolar e outras maleitas do corpo social. Ficou e está por fazer um verdadeiro debate sobre o nosso modelo educativo, debate afinal sobre a filosofia da educação.Debatem-se as colocações e a mobilidade dos professores, o estatuto da carreira docente, o encerramento de escolas, a existência ou não de exames neste ou naquele ciclo, matérias que naturalmente importam à gestão do sistema de ensino, porém acessórias face ao debate essencial.O que deve ser a escola, que deve ensinar, que deve ser afinal educar, numa sociedade livre, plural, aberta e democrática.Aquilo que deveria ser uma discussão pública, aberta e participada e lançar os caboucos de um verdadeiro pacto de regime para a educação, é de modo sub-reptício decidido no silêncio dos gabinetes.O verdadeiro debate a empreender é se queremos uma escola funcionalizada e espartilhada, subjugada ao peso da “filosofia espontânea” do materialismo, da tecnocracia e do mais puro economicismo, ou se queremos uma escola que ensine cada um a pensar, a questionar e a questionar-se, a conhecer e a conhecer-se, a formar uma vontade livre e esclarecida, a optar entre o certo e o errado, entre o verdadeiro e o falso, a decidir em consciência o sentido da sua vida e o seu papel no país e no mundo.A morte da filosofia bem pode ser o prenúncio da morte do espírito.No universo das ciências todas são mais úteis, nenhuma porém é mais importante que a Filosofia.Aristóteles tinha razão.

in O primeiro de Janeiro

domingo, 16 de setembro de 2007

Resultados do acesso ao ensino superior

Resultados de 1ª fase do acesso ao ensino superior das licenciaturas em Filosofia


Instituição / Vagas Iniciais / Vagas Preenchidas / Nota do último colocado:

Univ. Beira Interior / 20 / 5 / 109,9

Univ. Coimbra / 35 / 14 / 104,0

Univ. Évora / 20 / 3 / 125,5

Univ. Lisboa / 60 / 59 / 103,0

Univ. Nova de Lisboa / 25 / 25 / 125,0

Univ. Minho / 30 / 30 / 126,4

Univ. Porto / 70 / 70 / 114,6


Cortesia do blog http://telegrapho.blog.pt/

sábado, 15 de setembro de 2007

Ode aos finalistas 07/08


A universidade da beira interior é uma organização de ensino publica, tal como muitas organizações, é “natural” que existam problemas. Um dos problemas a que todos já nos habituámos é a burocratização, certo é que muita burocratização leva a um estado medíocre da gestão de pessoal e por arrastamento, os alunos. Para facilitar o escoamento das acções e tornar a universidade numa máquina funcional, existem funcionários, que por sua vez têm que funcionar. Nesta máquina, todos têm um lado funcional, e não deveria existir uma hierarquia, mas existe, e como existe, existe outro problema, a que na gestão de recursos humanos se intitula de: -Principio de Peter. Basicamente é o seguinte: “ “Num sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até seu nível de incompetência”, pois é... se um aluno é excelente, tem-se a ideia que dá um bom professor, contudo em Portugal essa é uma ideia que na maioria dos casos é errada. Os manuais de pedagogia parecem revistas de decoração do seculo passado, ou seja, desactualizadas, fora de moda, sem qualquer tipo de ensino pratico. Em Portugal, tudo é pequeno, não existem movimentos unidos com a função de melhorar, no caso concreto da filosofia, existem muitos intelectuais que se dizem muito intelectuais, mas que na prática não desenvolvem função nenhuma. Se todos estes intelectuais que banalizam a nossa sociedade gostam tanto da filosofia, e como todos sabemos, dominam o mundo da politica e até têm alguma influencia na sociedade, porque é que não actuam? Porque não “lutam” porque aquilo que dizem gostar e amar? Porque não metem uma “cunhinha”? Na filosofia, ou melhor, no mundo destes filósofos, só nos interessa a aniquilação do colega do lado, e passo a explicar: imaginem a actual campanha do PSD, impulsão completa, comem-se uns aos outros, e esquecem-se do fundamental, ou pelo menos, tentam lutar dentro do fundamental, eis o actual mundo da filosofia; se tivermos de conspirar, amarrar ou até destruir, que seja da mesma área, enfim... já somos poucos, o que deveria facilitar as manobras de inserção humanistas, pena é que assim não seja, mas melhores dias viram.
Todos nós temos algo para dar ao mundo, somos heróis, imaginem bem, estamos num curso que nos dá as ferramentas da mudança, estamos à espera de quê? Não somos vistos como terroristas pelo exterior, se bem que no interior todos temos que seguir o mandamento, mas está quase, eis que para muitos está prestes a chegar o fim, muitos de nós somos este ano finalistas, e com isso vamos dar provas à sociedade daquilo que os melhores mestres nos ensinaram. Os bons professores serão sempre recordados e seguidos, e os principais “Peterianos” serão destronados por eles mesmos.
A todos os Finalistas 07/08 boa sorte

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Entrevista para bolsa do Instituto de Filosofia Prática­ ― Imprescindível?


Então, foi assim...!
Interrupção de férias. Tempo de encher o depósito do carro, despedir dos amigos, da família. Por uma causa nobre, ou não fosse ela uma entrevista para um “trabalho”. O stress da viagem, os kilómetros que roubamos à distância, o calor insuportável. Enfim a Covilhã. Felizmente, para desanuviar da situação pouco confortável de entrevistado, reencontram-se colegas e amigos que vêm com o mesmo objectivo. Mas encontram-se também novas caras, pessoas que acabamos por conhecer, com quem partilhamos impressões, medos até. Chega a hora H. Passa a hora H. Este passo está já dado, resta agora saber quem continua a corrida. Que pelo menos seja alguém que tenha, tal como os restantes, partilhado estas emoções, sofrido estes impactos, sinal não só da necessidade e da relevância do diálogo, mas também do sacrifício.
Quando nada vale o esforço, a dedicação ou o empenho, abre-se lugar para o desinteresse.
Perceberam?
Poderá o espirito da genuína filosofia estar ameaçado pelo factor C? Atenção, não nos referimos ao da -competência, é o outro factor, enfim... o espirito da filosofia anda à solta, mas não na Covilhã, raios...