quinta-feira, 20 de março de 2008

St. Pachomius Library


Tem as obras todas da Igreja Ortodoxa, desde os padres do deserto até aos nossos dias. AQUI

sábado, 15 de março de 2008

Conferência "Estética e Politica em Edmund Burcke"


29 de Abril

O IFP - Instituto de Filosofia Prática promove a realização da conferência intitulada "Estética e Politica em Edmund Burcke" que decorrerá no dia 29 de Abril, pelas 17h30 na Sala dos Conselhos.
Conferencista: Hermann PARRET U. Lovaina.

quarta-feira, 12 de março de 2008

DIA MUNDIAL DA POESIA


POEMAS SEM LIMITE NO CENTRO CULTURAL DE BELÉM

22 MARÇO, SÁBADO
DAS 12H00 ÀS 20H30
ENTRADA LIVRE

NO CCB ONDE TODOS OS POETAS ESTÃO VIVOS
COMEMORA-SE O DIA MUNDIAL DA POESIA
COM UMA SÉRIE DE ACTIVIDADES FESTIVAS
ABERTAS AO PÚBLICO, ORGANIZADAS EM PARCERIA
COM O PLANO NACIONAL DE LEITURA.
PROGRAMA
1. 12H00-19H00 Foyer Auditórios: ESPAÇO DE TROCA
2. 12H00-20H30 Recepção do Centro de Reuniões: FEIRA DO LIVRO DE POESIA – SODILIVROS
3. 12h00-20h00 Galeria Mário Cesariny: EXPOSIÇÃO DE ANA HATHERLY
4. 12h00-18h00 Salas Eugénio de Andrade: ESPAÇO DE FAZER POESIA
5. 12h00-19h00 Foyer Eugénio de Andrade: DIGA LÁ UM POEMA
6. 12h00-19h00 Foyer da Recepção do Centro de Reuniões: AS FACES DO POETA
7. 12h00-19h00 Foyer Vitorino Menésio: O CANTO DOS POETAS
8. 14h00-18h00 Sala Luis de Freitas Branco: DE VIVA VOZ
9. 15h00-18h00 Sala de Leitura: CONFERÊNCIAS
18h30-20h00 Grande Auditório: ESPECTÁCULO: UMA CANÇÃO PARA OUVIR-TE CHEGAR

segunda-feira, 10 de março de 2008

Gianni Vattimo em Portugal

Foi nos passados dias 4 e 5 de Março que Gianni Vattimo esteve presente no nosso país, para participar em mais uma edição das jornadas de teologia, organizadas pela Universidade Católica do Porto. Este ano o tema era o retorno do religioso, sobre o qual escreve Vattimo na sua obra "Acreditar em acreditar".
Vattimo, no seu estilo sempre polémico, inicia a sua comunicação, em tom de gracejo, dizendo que quando contou aos amigos que ia fazer uma conferência a teólogos aqueles ficaram admiradíssimos, não compreendendo como era possível. O espanto dos amigos tornar-se-á mais compreensível à medida que Vattimo vai desenrolando as suas ideias na conferência.
São vários os assuntos que o filósofo italiano vai desfiando ao longo da sessão. A maior parte relacionados com a Igreja Católica. Ousado e sem "papas na língua" Vattimo coloca uma série de "questões embaraçosas" aos representantes da Igreja Católica que ali se encontravam. Directamente, sem rodeios, Vattimo pergunta porque é que as mulheres não podem ser sacerdotes, uma vez que há falta de vocações masculinas na igreja e as mulheres podem ser excelentes veículos de transmissão do evangelho, tanto ou mais que os homens. Vattimo acrescenta, como forma de refutação aos que defendem que Jesus delegou a missão somente a homens, que nesse sentido, o papa teria de ser judeu e pescador. Nesta altura já o senhor bispo do Porto, D. Manuel Clemente, enrubescia. Vattimo continua, desta vez refere a questão do preservativo. Proibir o uso do preservativo, afirma Vattimo, é passar um atestado de castidade a toda a humanidade. Um outro tema quente foi o da família. Assumidamente homossexual, o filósofo italiano, defende que o conceito de família é muito mais abrangente que a convencional. Família não é somente o casal heterossexual e os filhos. Trata-se igualmente de uma família as monoparentais, os casais homossexuais e tantas outras variações possíveis.
Por todo o anfiteatro ouviam-se sussurros de surpresa. Ninguém esperava este tipo de discurso perante uma assistência repleta de padres e freiras e estudantes de teologia, mesmo no âmago do saber da Igreja Católica.
Este homem admirável, filosoficamente, afirma-se seguidor de Nietzsche e Heidegger. Foi pupilo de Pareyson e, mais tarde, de Gadamer. Tenta conciliar o niilismo nietzschiano com o cristianismo. Defende, com Heidegger, a morte da metafísica. Criador do termo "pensamento débil".
Homem onde os opostos se conciliam, síntese entre contrários, Vattimo afirma que é homossexual, marxista, comunista e católico.
Vale a pena travar conhecimento com este interessante homem dos nossos tempos, até porque ele é extremamente simples e acessível, como tive oportunidade de verificar na curta conversa que tive com ele.


Bibliografia em português:

Acreditar em Acreditar, Relógio d'Àgua, Lisboa, 1998
As aventuras da diferença: o que significa pensar depois de Heidegger e Nietzsche, Edições 70, Lisboa, 1980
O fim da modernidade: niilismo e hermeneutica na cultura pós-moderna, Presença, Lisboa, 1987
Introdução a Heidegger, Edições 70, Lisboa, 1987
Introdução a Nietzsche, Presença, Lisboa, 1990
A sociedade transparente, Relógio d'Água, Lisboa, 1992

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http://en.wikipedia.org/wiki/Gianni_Vattimo ver noticia da sua visita in P

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Texto escrito por: Patricia Calvário - Colaboradora do Sexto Empírico e Licenciada em Filosofia na UBI, actualmente é aluna de Mestrado em Filosofia Medieval na U. Porto.

A Memória...

«O que é a memória? Já não me lembro. Lembro-me de ter estudado e lembro-me da cor da capa do livro de Aristóteles. Lembro-me da rapariga que estava sentada ao meu lado. Mas não me lembro de mais nada. Porque é que eu me lembro de vinte marcas de desodorizante e não me consigo lembrar dos olhos da minha mãe? Os desodorizantes interessam-me? Não. Mas a minha mãe faz-me falta.
Porque é que me lembro exactamente das caras que vi no comboio a semana passada e não me consigo nunca lembrar exactamente da cara da pessoa de quem mais gosto? O amor e a memória conspiram juntos. É por não nos conseguirmos lembrar de quem amamos que temos de estar sempre junto dela. A olhar para ela. Cada vez que a vejo sou apanhado de surpresa. Baque do costume. Já chateia. É sempre diferente, mais bonita, mais interessante do que eu pensava.
Porque é que eu não me consigo lembrar da cara dela? Já tentei. Já fiz tudo. Fiquei acordado a tentar aprendê-la de cor. Estudei-a. Sobrancelha por sobrancelha. Dez minutos para cada uma. Tirei apontamentos. Escrevi-a num caderno. Tirei-lhe fotografias. Pendurei-a na parede. Decorei o meu quarto (e os interiores do meu coração) com ela, mas mesmo assim não a consigo ver. No momento em que tiro os olhos dela, desaparece. Os meus olhos prendem-se a ela, mas os olhos dela não param dentro de mim. Isto assusta-me. Ela impressiona-me tanto. Mas não deixa impressão. Deixa um vazio. É isso que o amor faz. Troça de nós. Ou se calhar ela é como um bombardeamento que presencio e esqueço. Como um soldado cheio de medo, escondido na minha trincheira, varro-a da memória. E depois ela volta quando começo a sonhar.
A memória não é uma vontade. Não me lembro do que quero. Lembro-me do que não quero. Odeio ser assaltado por uma reminiscência. Apetece-me resistir, não entregar o que ela pede, chamar a polícia. Mas somos todos uns bananas da lembrança. Não atacamos a memória: somos atacados por ela. Passamos por um perfume e mergulhamos. Passam uma cantiga na telefonia e caímos. Passa um nome na rua e passámo-nos.
Devíamos provocar a lembrança. Estou aqui sentado e resolvo lembrar-me dum amigo meu que não vejo há muito tempo. Vou buscar as cartas que me escreveu. Abro uma garrafa do whisky que ele costuma beber. Ponho o disco que ouvíamos. E lembro-me. Assim lembrar faz bem. Faço um esforço. Quando o conheci? Quantas vezes nos rimos das mesmas coisas? Assim lembrar é feliz. Quando somos apanhados desprevenidos é que nos dói. Velha questão. Como é que eu torno as minhas saudades em lembranças?
Faço de conta que alguém está à procura dele. Faço de conta que alguém pergunta por ele. Como num interrogatório. Tudo o que pode depender de um pormenor. Da cor de uma camisola. Da hora e da temperatura do dia. “Tente lembrar-se!” Quando me lembro assim dum amigo meu, procurando com toda a minha lembrança dele, fazendo força na cabeça, faço fé no meu coração e torno-me testemunha da amizade dele.
Não é isto que fazemos. Somos espontâneos. Só nos lembramos do que nos ocorre. Bestas. Molengas. Achamos que a memória não se deve forçar. Friques. Esprememos os miolos em exames absurdos sobre assuntos que esquecemos logo de seguida, mas quando se trata da nossa alma somos incapazes de fazer o mínimo de esforço. Ficamos de perna aberta perante a sucessão das coisas. Parecemos daqueles patos de barraca-de-feira à espera de sermos atingidos pelos disparos. Digo “Aquele filme fez-me lembrar o João.” Fez-me. Obrigou-me. Preferia ter sido eu a decidir-me lembrar. A lembrança, que é de todos os estados de alma o mais bonito, por fazer pouco do tempo e trocar as voltas todas à realidade, deveria ser uma coisa que nós fizéssemos, por vontade, por amor, por hábito. Não deveria ser uma coisa que nos fosse feita.
Porque é que somos tão passivos na maneira de nos lembrarmos? Porque nos põe triste a lembrança da felicidade. Porque, muito portuguesmente, só nos ocorre a lembrança da felicidade quando estamos afundados na mais terrível tristeza. É com a primeira lágrima que vem a imagem do primeiro sorriso. Lembrar torna-se uma maneira de nos martirizamos. E quanto mais pensamos “Ai, eu fui tão feliz!” mais tristes nos tornamos. Nestas circunstâncias, a lembrança é apenas uma das modalidades portuguesas de termos pena de nós próprios.
Devíamo-nos lembrar da felicidade quando estivéssemos felizes. A lembrança fica bem à alegria. Em vez de nos entregarmos completamente ao momento de alegria, com aquela ganância que acaba por ser entre nós uma forma de desespero, deveríamos deixar um pouco de nós, ir um pouco atrás, ir buscar outro momento passado, outra passada alegria. Quando dois amantes estão a rir-se, nos braços um do outro, nariz incapaz de largar nariz, é lindo quando um deles diz “Lembras-te?”
Há outra coisa que não está certa em nós. Quando alguém desaparece da nossa vida, somos sempre apanhados desprevenidos. Sentimo-nos arrependidos de não ter passado mais tempos com ele, de não ter ido mais longe. Há pessoas, como os nossos pais, que sabemos irão morrer antes de nós. E sabemos de antemão que nos vai doer. No entanto, comportamo-nos como se as pessoas de quem gostamos fossem durar para sempre. Em vida não fazemos nunca o esforço consciente de olhar para elas como que se prepara para lembrá-las. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue. Para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar deles como da vida.
Devemos tentar aprender de cor quem amamos. Tentar fixar. Armazená-las para o dia em que nos fizerem falta. São pobres as maneiras que temos para o fazer, é tão fraca a memória, que todo o esforço é pouco. Guardá-las é tão difícil. Eu tenho um pequeno truque. Quando estou com quem amo, quando tenho a sorte de estar à frente de quem adivinho a saudade de nunca mais a ver, faço de conta que ela morreu, mas voltou um único dia, para me dar uma última oportunidade de a rever, olhar de cima a baixo. Fazer as ultimas perguntas que faltou fazer, reparar em tudo o que não vi; uma ultima oportunidade de a resguardar e de a reter. Funciona.
A memória é uma desarrumação. Deixada ao acaso, torna-se num armazém de retalhos. Se deixarmos a memória à vontade dos fregueses, nunca mais encontramos o que queremos. Veja só as coisas de que se lembra. Escreva num papel. Tanta inutilidade! Como é possível encontrar esse dia quente no rio que procura entre tantos nomes de cacilheiros, cabeçalhos de jornais e caras de cançonetistas? A nossa memória é um monte de lixo onde estão as luzes da nossa vida. Já que não nos conseguimos esquecer de tantas ninharias, pormenores irrelevantes, restos de estudos obsoletos – as apófises dos pombos e os sistemas de clivagem, a paisagem de Vila Franca, os invólucros de rebuçados – devíamos fazer um esforço grande para nos lembrarmos do que nos importa e encanta. Enquanto está a acontecer. Bem sei que a magia não é memorizável. Mas quando se repara nela com propósito e gratidão, fica a poeira do momento. E a poeira do momento é melhor do que nada.
A memória em si não é nada. Não é bonita nem feia, nem útil, nem inútil. Ia a dizer que é o que se quiser mas nem isso. É uma maneira de dar sentido ao que se vive. É uma coisa que fazemos. Em nome do que trazemos na alma, e por causa do amor, faz sentido fazê-la o melhor que podemos. Agora há alguém que seja capaz de me explicar porque é que eu não sou capaz de me lembrar da cara do meu amor? A memória é uma coisa que não lembra ao diabo.»


Miguel Esteves Cardoso, in As minhas aventuras na Republica Portuguesa

quinta-feira, 6 de março de 2008

Filosofia para o Dia-a-Dia...

Epicuro:


Sócrates 1:


Sócrates 2:

quarta-feira, 5 de março de 2008

Actividades do IFP - Instituto de Filosofia Prática

Conferência:
Ralf KUHN U. Viena
Phenomenologie minimale: la motivation d´une centre-réduction radicale
13 de Março 2008
Sala dos Conselhos, 17:30

Conferência:
Sara ALLEN U. Concórdia, Montreal

Heidegger e Levinas
17 de Abril 2008 (data a confirmar)
Sala dos Conselhos, 17:30

Conferência:
Karl Mertens U. WürzburgTheories of Action
13 de Maio 2008 Sala dos Conselhos, 17:30

Colóquio:
Centenário de Merleau-Ponty
Colóquio Internacional Outubro de 2008

terça-feira, 4 de março de 2008

Apelo Empírico...

O Sexto Empírico informa que vai proceder à actualização da lista de sócios do Núcleo. As cotas anuais que nos fornecem os fundos necessários para as nossas actividades serão de dois euros e meio, um valor simbólico mas fulcral para a realização dos nossos projectos de carácter cultural e recreativo. Assim apelamos a todos aqueles que nos têm vindo a acompanhar e a futuros interessados, que se juntem à nossa causa e se inscrevam como sócios do Núcleo.

Os Melhores Cumprimentos,

O Sexto Empírico.




Abismo do Pensamento
"Abissologia - Para uma Ciência Transitória do Indiscernível (e o título diz desde logo muito) são 27 novas obras, incluindo duas instalações, 21 novos filmes de 16mm e 3 esculturas, uma das quais em vidro maciço numa técnica de "casting" nunca antes praticado em Portugal.
(...)
"Abissologia" explicam os artistas, é a ciência que estuda o abismo - termo referente a um neologismo encontrado no livro "La Grande Beuverie" (ou seja, "A Grande Bebedeira"), romance satírico e de contornos metafísicos que o escritor, filósofo e poeta René Daumal (1908-1944) escreveu em 1938, uma farsa com, dizem os convertidos, a verve de uma Rabelais, o sentido de aventura e fantástico de um Júlio Verne, a dimensão filosófica de um Voltaire e o absurdo de um Kafka."

Jornal Público, Ípsilon, artigo por Vanessa Rato, 29 de Fevereiro de 2008


domingo, 2 de março de 2008

Alice Valente - Corpo_traço_Corpo

Alvin Toffler comenta o Sistema de Educação actual.




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SIC Noticias

Ver Também um pequeno documentário Realizado por Alex Grasshoff e narrado por Orson Welles no ano de 1972. Este documentário, Future Shock, foi baseado no livro que dá também o nome ao doc. Dividido em 5 partes. 1_2_3_4_5 - YouTube

Será possível recategorizar «nós» e «eles»?

Duas estradas divergiam num bosque e eu segui a menos percorrida – e isso fez toda a diferença. In The road not taken de Robert Frost (1874-1963).
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Introdução

Atendendo ao fenómeno psicossocial de estereótipo, preconceito e discriminação, parece ajustado chegar-se a mudar a história de vida de alguém pertencente a uma minoria, por vir a contar a experiência de forma alternativa[1]? Perceber de distinta forma pessoas, por se recategorizar «nós» e «eles», possibilitará outra base para compreendermos o mundo, pretendermos mudá-lo e sugerirá novas potencialidades linguísticas e do léxico mental[2] para a dissimetria entre pessoas?
Um estereótipo é «uma crença ou um conjunto de crenças sobre pessoas, integradas em uma categoria social particular»[3]. Mesmo criando horrores por destruição de povos, o estereótipo faz-nos viver, dia após dia, inferindo como «eles» sejam, desagradados com os seus gestos, palavras ou atitudes.
Este artigo é orientado pela temática do estereótipo – esquema mental (schema, schemata, no plural)[4], do preconceito social e da discriminação do outro, com ênfase em operações cognitivas comuns e em atalhos cognitivos – os denominados túneis da mente...
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