Na série televisiva norte americana Battlestar Galactica (EUA, 2004), a nave espacial Galactica foi a única a sobreviver ao massivo ataque dos cylons porque não estava ligada em rede a todas as outras estruturas espaciais e terrestres.
Odama, era um comandante em pré-reforma que abominava todo o tipo de tecnologias do género e falar-lhe de internet era o mesmo que nada. Simplesmente odiava o conceito.
A internet é a tecnologia que mais rápido evolui. Aliás, o conceito de internet estabilizou, o que muda ou evolui são os protocolos de navegação e de conteúdos. Todos os dias existem novos produtos, novas ferramentas e novos conceitos germinam dando origem a outros tantos. Se pensarmos que o carro foi inventado há mais de 100 anos e que ainda possui a mesma tecnologia (motor de explosão), então percebemos que quando falamos de internet teremos que falar do hoje, do agora sem nunca esquecer o amanhã, isto porque, na internet o passado pouco importa.
Olhar para uma sociedade tecnológica, onde se trabalha, se comunica e ao mesmo tempo se diverte em rede, é olhar para um nicho de mercado único e fácil de analisar. Assim, reunidas estas condições, nasce uma ideia interessante intitulada de Data Mining (Usama Fayyad).
Com o fluxo de informação e conhecimento existente na rede, este algoritmo (Data mining ou prospecção de dados) encontra e desenvolve padrões que ajudam ao desenvolvimento de novos produtos, novas tendências e novos mercados.
Ora, isto só é possível porque, tudo o que fazemos em rede é susceptível de análise. Isto é, toda a informação que pesquisamos, colocamos e retiramos da rede, pode ser analisada sem qualquer consentimento. Somos espiados logo que estejamos “on-line”, aliás, somos monitorizados. O conceito clássico de liberdade individual cai por terra, porque não temos alternativa em aceitar ou declinar qualquer informação que seja pessoal. Quando empresas de marketing ou de comunicação nos abordam na rua ou nos ligam para casa a perguntar qual a nossa intenção de voto ou qual o detergente que usamos, somos livres para dar essa informação ou não. O contrário acontece em rede. É claro que este é o preço por se ser livre em rede. Se podemos piratear os dados dos outros (filmes, livros etc), porque não havemos de ser vítimas de pirataria, aliás, monitorização? Estaremos perante algum novo dilema? Há preço para a liberdade do utilizador? Até os mais puritanos internautas, aqueles que não possuem nada que vá contra os direitos das produtoras, devem conhecer esta realidade. Mas nem tudo é mau. Existem softwares / aplicações que nos colocam a navegar sob anonimato e aí o problema fica resolvido.
Não se percebe se o Data Mining é legal ou ilegal. O que se sabe é que quem detiver os dados do utilizador tem o conhecimento e conhecimento é poder. O mais sinistro é o facto de este conhecimento não estar ao alcance do indivíduo, o que torna a monopolização de dados um perigo para as sociedades tecnológicas.
As empresas que nos servem, criam a tecnologia e nanotecnologia onde em muitos casos se torna suspeita, no entanto, as aplicações por eles criadas levantam murmúrios que afectam directamente a sociedade. Porém, eles só a criam, como é usada já não é preocupação deles.
O comandante Odama não era contra a tecnologia, mas conseguia ver para além dela. As sociedades têm esse importante papel, o reivindicar pela forma como a querem utilizar. E aqui a filosofia ganha um novo nicho de mercado. Estaremos preparados?
Guilherme. L. L. Castanheira
Odama, era um comandante em pré-reforma que abominava todo o tipo de tecnologias do género e falar-lhe de internet era o mesmo que nada. Simplesmente odiava o conceito.
A internet é a tecnologia que mais rápido evolui. Aliás, o conceito de internet estabilizou, o que muda ou evolui são os protocolos de navegação e de conteúdos. Todos os dias existem novos produtos, novas ferramentas e novos conceitos germinam dando origem a outros tantos. Se pensarmos que o carro foi inventado há mais de 100 anos e que ainda possui a mesma tecnologia (motor de explosão), então percebemos que quando falamos de internet teremos que falar do hoje, do agora sem nunca esquecer o amanhã, isto porque, na internet o passado pouco importa.
Olhar para uma sociedade tecnológica, onde se trabalha, se comunica e ao mesmo tempo se diverte em rede, é olhar para um nicho de mercado único e fácil de analisar. Assim, reunidas estas condições, nasce uma ideia interessante intitulada de Data Mining (Usama Fayyad).
Com o fluxo de informação e conhecimento existente na rede, este algoritmo (Data mining ou prospecção de dados) encontra e desenvolve padrões que ajudam ao desenvolvimento de novos produtos, novas tendências e novos mercados.
Ora, isto só é possível porque, tudo o que fazemos em rede é susceptível de análise. Isto é, toda a informação que pesquisamos, colocamos e retiramos da rede, pode ser analisada sem qualquer consentimento. Somos espiados logo que estejamos “on-line”, aliás, somos monitorizados. O conceito clássico de liberdade individual cai por terra, porque não temos alternativa em aceitar ou declinar qualquer informação que seja pessoal. Quando empresas de marketing ou de comunicação nos abordam na rua ou nos ligam para casa a perguntar qual a nossa intenção de voto ou qual o detergente que usamos, somos livres para dar essa informação ou não. O contrário acontece em rede. É claro que este é o preço por se ser livre em rede. Se podemos piratear os dados dos outros (filmes, livros etc), porque não havemos de ser vítimas de pirataria, aliás, monitorização? Estaremos perante algum novo dilema? Há preço para a liberdade do utilizador? Até os mais puritanos internautas, aqueles que não possuem nada que vá contra os direitos das produtoras, devem conhecer esta realidade. Mas nem tudo é mau. Existem softwares / aplicações que nos colocam a navegar sob anonimato e aí o problema fica resolvido.
Não se percebe se o Data Mining é legal ou ilegal. O que se sabe é que quem detiver os dados do utilizador tem o conhecimento e conhecimento é poder. O mais sinistro é o facto de este conhecimento não estar ao alcance do indivíduo, o que torna a monopolização de dados um perigo para as sociedades tecnológicas.
As empresas que nos servem, criam a tecnologia e nanotecnologia onde em muitos casos se torna suspeita, no entanto, as aplicações por eles criadas levantam murmúrios que afectam directamente a sociedade. Porém, eles só a criam, como é usada já não é preocupação deles.
O comandante Odama não era contra a tecnologia, mas conseguia ver para além dela. As sociedades têm esse importante papel, o reivindicar pela forma como a querem utilizar. E aqui a filosofia ganha um novo nicho de mercado. Estaremos preparados?
Guilherme. L. L. Castanheira
4 comentários:
Muito bem! Boa analogia que usaste, uma série épica.
Se estaremos preparados? Diria que sim. Afinal de contas, se alguém lê o gigante monitor, quiçá com ajuda da semiótica, com todos os símbolos ordenados no espaço e no tempo, esse alguém somos nós. ;)
Forte abraço,
Luís Mendes
Muito bem.
Não, não estamos preparados. Precisamos de estar atentos e de espalhar a palavra para que outros estejam, sem péssimismo, procurando acautelar o futuro.
Ferramentas ? Este passa palavra é uma.
Celeste
Sim, realmente na internet todos os dados/conteúdos podem "emergir" e, pelo menos potencialmente, tornar-se acessíveis a qualquer um. Nesse sentido o mundo virtual é menos "metafísico" que o mundo real. E também por este facto, mais perigoso, visto que, por um lado, os dados/conteúdos/ informações de toda a rede são potencialmente "emergentes" mas, por outro lado, a tecnologia que reúne estes dados não está ao dispor de todos os utilizadores da rede.
Espero que continues o bom trabalho, a boa reflexão que tens vindo a desenvolver sobre estes assuntos.
David Santos.
Considero a informação extremamente importante para todos os utilizadores desta ferramenta (internet), apesar de não ser um tema novo, é pertinente e actual. No entanto caro amigo Guilherme, penso que o teu futuro passa um pouco ao lado da Filosofia! Passa mais pela informática!! EHEH
Abraço.
João Santos
Enviar um comentário