quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Eleições e plano de actividades da lista A

Em ocasião do novo mandato 2010/2011, o Núcleo de Estudantes de Filosofia da UBI - Sexto Empírico, compraz-se em apresentar a lista candidata (Lista A) e em simultâneo, divulgar o respectivo plano de actividades, consoante as alíneas subscritas pela mesma.

As eleições por sua vez ocorrerão no dia 17 de Dezembro, no Departamento de Comunicação e Artes das 11 às 17 horas.

Lista A:

Direcção:

Presidente: Vanessa Mendes Martins
Vice-Presidente: Luís Pedro Neves Mendes
Secretário: Márcio Miguel Alexandre Meruje
Tesoureiro: Ezequiel Nunes Gomes
Vogal: Catrina Raquel Louro Ribeiro



Assembleia Geral de Membros:

Presidente: João Tiago Santos
1º Secretário: Joana Manuela Couto Cardoso
2º Secretário: Guilherme Luís Leitão Castanheira


Plano de Actividades

→ Criação e dinamização do site do Núcleo;
→ Lançamento de uma revista trimestral;
→ Interacção entre alunos com passatempos lúdicos que impliquem o raciocínio lógico;
→ Tertúlias;
→ Conferências;
→ Workshops;
→ Jornadas sobre a Educação;
→ Feira do Livro;
→ Mostra de Arte Ubiana;
→ Grandes Dionísias.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

IFP- Em Busca de Isaiah Berlin




Jornada de Celebração do Centenário de Isaiah Berlin
Em Busca de Isaiah Berlin


Ver Programa Disponível em: http://www.ubi.pt/Ficheiros/Noticias/FAL/FOLHETO_BERLIN.pdf
4 e 5 de Dezembro 2009 Sala dos Conselhos

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

19 De Novembro de 2009

Dia Mundial da Filosofia

O Núcleo de Estudantes de Filosofia - Sexto-Empírico, associado às comemorações do Dia Mundial da Filosofia, tem o prazer de convidar V.Ex. a comparecer no jantar que se vai realizar pelas 20 horas no Clube União. Seguida de discussão no horizonte do tema apresentado internacionalmente pela Unesco, e que toma por título:

A Filosofia no diálogo de culturas

Assim, aguardamos pela vossa presença, já que esta é sempre um alento às nossas aspirações filosóficas.


Agradecemos desde já a sua inscrição até ao dia 16 de Novembro, às 18horas, via e-mail: sexto-empirico@hotmail.com ou 932854665/963946343.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Igual - Prêmio Melhor Curta Metragem Estrangeiro - 2008

Numa época de pretensa “crise de valores”, o lugar do outro (a alteridade) necessita de ser repensado. “O que vale o outro?” Eis uma falsa pergunta endereçada a uma falsa resposta. Não somos nós quem decide sobre o valor do outro, como se estivesse em nosso poder debitar ou creditar sobre o seu valor, sob uma estrutura puramente economicista. Esta “crise de valores” é uma falsa crise de valores, é uma má resposta a uma má pergunta: “Qual é o valor do outro?”; “O que podemos decidir por nós, tendo permanentemente como horizonte o “espectro” do outro?”. “O que devemos fazer?”.
Em parte este é um filme visionário, na medida em que a "valorização" do outro não aparece centralizada no homem enquanto sujeito, enquanto subjectividade, enquanto legislador autónomo. O homem não é por essência um ser ético, na medida em que não é ele que constrói a sua habitação (êthos), mas sim, - e esta é a pedra de toque da mostra cinematográfica -, o destino, em suma: a própria vida (não nos termos de uma bio-ética) comportando nela o estar-aí do homem. Verdadeiramente nunca saberemos nada sobre o outro (o seu valor; a sua dignidade; o seu porquê...), se o caminho não nos iluminar sobre isso, isto é, a própria vida descentralizada decisivamente do homem, ainda que comportando este no "centro" da revelação.
Façam os vossos juízos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pensamento

Pensamento,
Falsa noite onde um requintado girassol ainda vigora.
- Oh! Que nenhum poeta perpetue este movimento,
Que nenhuma criança atenue a sua dignidade
Que nenhum cantor a exalte -,
A seiva mamífera percorrendo cautelosamente
Os veios da mais inóspita aridez.
Onde, o que ainda não é nos espera,
Com uma serenidade jamais compreendida,
Como o pai eterno no alpendre da casa aguardando
Os seus filhos, apenas momentaneamente perdidos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

EM BUSCA DA VERDADE- Ingmar Bergman


Em Busca da Verdade, é um filme acabado; enfim, aproximadamente uma hora e meia de filme, para revelar um segredo – o ajuste de contas final entre Ingmar Bergman e Deus.
Logo na primeira cena do filme ressalta a figura dos quatro – Karin, Martin, David e Minus – vindos do mar, como se tivessem realmente brotado dali e, de repente, no intuito de resolver todas as suas contendas (espirituais e não espirituais) se tivessem fixado naquela ilha – uma das incontáveis ilhas da Suécia – onde o mar e o céu de tão cinzentos quase que se confundem.
Em Busca da Verdade, é um filme intenso, onde todas as personagens desempenham um certo papel trágico. E se tudo roda em torno da loucura de Karin (Harriet Andersson), ela é ainda uma espécie de “bode expiatório”, que justifica o recolocar de certas questões, - retraídas propositadamente, ao simplesmente nunca colocadas. A loucura de Karin é representada neste filme, como sendo uma espécie de "excesso de vivência", que ainda que, não exploradas pelo resto da familia (pelos "não-loucos"), permanecem-lhe incrustadas no seu ser, prontas a serem exploradas, despoletadas no momento certo - no momento de conflito. A angústia desta personagem, é tão real como a de David (o seu pai) ou de Minus (o seu irmão), a questão é, que Karin, não consegue conter-se das suas dúvidas de forma a evitar ser também, como que, “engolida” por essas mesmas incertezas. Karin diz viver entre duas realidades, é lhe urgente escolher - para salvar a sua própria sanidade - em qual quer habitar: a realidade terrena, a cuidado do seu marido Martin, o dito “homem simples”, a quem o sentido da existência não merece resposta, porque já lhe aparece como dada; ou a realidade para-além, a realidade das palavras não ditas, da cara não vista, do corpo não palpável.
O grande problema está em Deus, é Ele quem dá corpo a esse para-além. Resolver a contenda com Deus, é a solução para “desambiguar” a existência; na corda bamba, entre a realidade sensível, tocável, familiar (logicamente finita) e a realidade transcendente, intangível, misteriosa, - aclamando por nós, sob o pretexto da eternidade.
A última deixa de Minus ("O papá falou comigo!...") transparece como a chaves do dilema e, enfim, de todo o dilema que o filme sustenta. É preciso esquecer Deus, para enaltece-lo a cada instante, na prática do amor que une, sob forças misteriosas e formas incompreensíveis. É preciso comunicar, quebrar o silêncio de Deus, tomar-lhe a palavra.
Torna-se necessário fechar as trancas à loucura (esquecer Karin), e esquecer também, esse enorme Deus invisível, "magro e feio", falso Deus de pau, de braços abertos sobre os altares de cada capela. A grande mensagem e esforço, do realizador de Em Busca da Verdade, é de trazer o “céu à terra”, da única maneira possível: pela prática do amor; da renúncia a Deus como transcendência e do restabelecimento da "paz" existencial pela resignação à finitude e limitação do homem.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A PRISÃO - Jesús Zárate



“O meu nome é Antón Castán”, assim principia o livro editado e premiado postumamente, A Prisão, do autor colombiano Jesús Zárate (1915-1967). Em traços rápidos ríspidos, o romance que Urbano Tavares Rodrigues prefacia com o título: “Filosofia na cela”; concentra-se quase inteiramente num único espaço, - o (sem)espaço de uma prisão. Um lugar onde a única liberdade permitida é a de pensamento, e onde ao próprio pensamento não lhe é permitido exercer a sua liberdade isoladamente, de forma egoísta, mas é sempre partilhado, explorado dialecticamente até, não à conclusão dos seus conceitos, mas à aceitação da pluralidade e à impossibilidade de os concluir – como se tal conclusão constrange-se, a própria liberdade do pensamento.

O fantástico neste romance, é o facto de não se saber se é verdadeiramente um romance (como pretendia a personagem Pablo Ibbieta), se é uma peça dramática (como asseverava David Fresno) ou se é, no final de todas as contas (como os três companheiros de cela, debatem no próprio livro), um simples diário que Castán resolvera assinar, como testemunha das liberdades tomadas na prisão (um paradoxo ainda assim: possível). Esta discussão, ainda que à primeira vista pareça fútil, acerca do estilo narrativo imposto no livro A Prisão, é também ela “chaves”, para a compreensão da complexidade do romance, escrito de maneira impecavelmente simples, mas com uma torrente de sentidos possíveis, que tornam-no uma missão impossível aos ávidos leitores que pretendam de um único golpe, desferir todos os sentido do texto. Não! Este texto não é para ler, é para ser relido!

A prisão, não é tão-só a transcrição de um simples diário, contendo no seu aspecto primitivo o mero relato de um - como o outro – dia após dia; o próprio diário é ultrapassado (transcendido), para dar lugar ao drama: um condenado inocente; um director prisional tirânico; a “angústia pela liberdade”; um súbito motim; o assassínio desse director prisional; uma rosa de caule de arame regada com todo o trato…

E isto não termina aqui, a própria expressão dramática, não contendo mais do que, um compósito de movimentos mais ou menos clarividentes, e facilmente mensuráveis por um público atento, neste livro essa mensuração não é possível, os temas são comuns (a liberdade; a justiça; a vingança) mas ainda assim complexos, as personagens são simples mas ainda assim autênticos poços perpétuos incendiando o tempo, com labaredas tão ténues, tão ténues, que só a densidade de um romance poderia alguma vez conter. Enfim, o que este livro é, só o leitor o poderá defender, sendo que, o que ele não seja está já contido nestas linhas, tão parcas, tão míseras, para exprimir tamanha obra!

domingo, 17 de maio de 2009

A humanidade da razão. Ludwig Feuerbach e o projecto de uma antropologia integral‏

Na próxima 6ª-feira, dia 22 de Maio, pelas 14:00h, na Sala do Conselhos, no âmbito do Seminário de Mestrado em Filosofia da Religião, estará na Universidade da Beira Interior, a Professora Adriana Veríssimo Serrão, da FLUL, reputada especialista no pensamento de Ludwig Feuerbach, autor da obra Das Wesen des Christentums.
Contamos convosco!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Conferências IFP

Realizar-se-á amanhã - 29 de Abril - na Sala dos Conselhos I pelas 17 horas, duas conferências sobre a técnica conduzidas respectivamente por:
- José Pinheiro Neves (U. Minho), O apelo do objecto técnico;
- José António Domingues (UBI), Mundo da vida: praxis e técnica.
Contamos então com a presença de todos os interpelados, sendo estes os que justificam a realização destes tipo de eventos.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Conferências IFP- "Raisons de L´action et Formes D`engagemente"







Terá lugar amanhã (2 de Abril) na Sala dos Conselhos (Pólo I) pelas 17:30, mais uma conferência realizada pelo Instituto de Filosofia Prática (IFP) intitulada “Raisons de l`action et Formes D`engagement” proferida por Emmanuel Picavet, U. Paris I.

segunda-feira, 30 de março de 2009

"O Muro"- Jean-Paul Sartre


Sem nada para fazer, de modo totalmente arbitrário, pus-me a ler a novela “ O Muro” de Jean-Paul Sartre. Novela esta, presente numa ousada compilação de novelas intitulada “5 Obras-Primas da Novela Contemporânea”, que, a par de Sartre revelam os talentos novelísticos de autores como Thomas Mann, John Steinbeck, Panait Istrati e D.H. Lawrence, e isto tudo, numa 2ª edição de 1964 pela velha, Portugália Editora.
Como sugere o próprio título à algo que constrange Steinbock, Ibbieta e Mirbal. Um muro ao qual nenhum dos três está preparado a enfrentar, um muro que não sendo somente um muro é a base substancial da compreensão do que é a vida, melhor, do que é a vida sempre sob a intransigência do muro, isto é, da morte.
Tom Steinbock, Pablo Ibbieta e Juan Mirbal, por suspeitas de agressão contra os falangistas, estão detidos na cave de um hospital semi-destruído pela guerra civil, a 24 horas de serem fuzilados. Por vontade do comandante, um médico belga é incumbido de passar a noite com os prisioneiros, com o intento de registar num bloco de notas o comportamento dos encarcerados. Têm direito a um padre, a quem pretenda por uma última vez ajustar contas com o divino, mas a resposta dos três ao comandante é consentida por um frio silêncio. Deus não serve! Juan, o mais novo entre os prisioneiros, chora, grita e treme desoladamente, sabe o que lhe vai suceder mas não sabe ainda como reagir a esse facto – como se à morte houvesse reacção possível! Tom, o irlandês, sem erguer as mãos para cima, contempla os objectos à sua volta; o banco em que está sentado, ao canto o amontoado sujo de carvão, o pequeno buraco do lado esquerdo do tecto, os seus próprios companheiros, enfim, coisas que agora Tom sente como ausentes de qualquer sentido. Por último, Pablo, sem mais em que pensar, reavalia toda a sua vida e repara sem não com um triste pesar, que esta não passara de “um todo o tempo a abrir caminhos para a eternidade sem atingir coisa alguma”, uma “grande ilusão”, um fardo que ainda que pesado deixa de ter qualquer peso só pela momentânea – forçada ou não pela contingência - consciência da sua vanidade, apreendida numa situação-limite ou num pensamento mais aplicado. A amante Concha, à qual “ainda na véspera cortaria um braço para a tornar a ver durante cinco minutos”, “aqueles dois sujeitos agaloados, com seus chicotes e botas altas”, o “bigode do falangista”, o “rato debaixo dos seus pés”, enfim, tudo coisas agora sem qualquer importância face a alguém que vai morrer. Nem mesmo a “causa”, a grande causa Espanha, pela qual lutou, pela qual fugiu e pela qual aguarda agora o seu julgamento, o fazem despertar da vigília mais atroz: o não-sentido da vida, sem “causas” para lutar nem objectos para se apegar, apenas um muro e, nada mais.
O riso inevitavelmente acaba por ser a chave desta novela em formato “tragédia absurda”, e talvez subintitular assim este drama - tragédia absurda - possa parecer um pouco ousado devido ao paradoxo que esta designação intrinsecamente acarreta. Uma tragédia embora represente um gradual esvaimento de sentido devido a precisas situações à qual os protagonistas reagem de certa maneira, à qual escolhem, - a demais das vezes sem que suas escolhas reflictam o estado geral da situação, mas a sua própria situação -, ainda assim, mesmo dentro de uma tragédia as coisas acontecem e os heróis fazem-se consoante o seu plano, projectam-se e dão-se, conforme o seu entendimento face às coisas, e estabelecem aí o seu contacto con-sentido com estas. Mas o absurdo é a perda total de qualquer contacto com as coisas, é a negação substancial ao apelo do ente, e a persistência neste estado (reflectido na angústia), só pode ter por paralelo o choro (atente-se à tragédia shakespeariana “Hamlet”) ou o riso, que é o que sucede com Pablo Ibbieta nesta novela, que, se já se ria ao colocar a sua vida na balança, no acto desesperado de saber se valeu ou não a pena, não se apercebe que a vida é sempre o que é, na ampla rudeza do termo é, que não permiti outro predicado senão, ser, sem mais nem menos. Nesta nova consciência, podemos alcançar a nietzschiana "criança que brinca" que se ri e cria ao seu bel-prazer sem que lhe interessem os motivos transcendentes, a moral, a ciência, a polícia, os rituais, a missa ao Domingo, as namoradas e os namorados, o olhar inquisidor do pai, enfim, todas essas coisas que gostamos de tornar sagradas e prestar o devido culto, mas que, senão morrermos nós primeiro, morrerão elas, e o que resta afinal, é o nada. O riso é senão uma forma transcendente de reagirmos contra esse nada, presente apenas em raras e subtis consciências.
A obra colmata com a seguinte paródia de Ibbieta: “Tudo rodopiou à minha volta e achei-me sentado no chão: ria tanto que me vieram lágrimas aos olhos”. Pablo Ibbieta não fora condenado porque, ainda que lavando as suas mãos fronte ao seu destino, fora o próprio destino que se encarregara de o salvar do sibilar das balas. Tudo aquilo, ao fim ao cabo, fora inútil, as suas reflexões sobre a sua vida, o interrogatório dos oficiais, o rato por entre os seus pés, a sua prisão impulsionada pela "causa", ele mesmo - enquanto protagonista da sua própria tragédia - tornara-se inútil e tinha plena consciência disso. Afinal, o muro abrira-se sem o mínimo empenho do seu martelo...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Homem, animal e monstro

O telejornal está para os homens, assim como a National Geographic está para os restantes animais. O repórter limita-se a escolher a sua "presa" consoante as necessidades, enfim, - os "fetiches" do seu público -, recolher os dados respectivos ao seu comportamento, - ao comportamento da "presa" – e, após, consoante os dados que recolhera, sintetizá-los, para que o impacto da sua pesquisa suscite a máxima reacção no público-alvo.
Se de um lado, temos chitas a perseguirem gazelas, ou leões a correrem bravamente atrás de zebras, do outro lado, as perseguições de carros – muito em voga nos Estados Unidos -, satisfazem os que, possuindo uma costela mais radical, carecem de grandes doses de adrenalina para combaterem as suas crises emocionais. Se de um lado, temos abelhas zângãos que servem somente para que a colmeia subsista pela fecundação da rainha, e depois do acto consumado, logo tornam-se perfeitamente prescindíveis. Temos também as abelhas operárias, que fecham as "portas" das suas colmeias aos machos, assim que, a época de recolha do mel cesse e seja necessário proceder a uma racionalização dos alimentos. Enfim, tal como acontece nas sociedades capitalistas, fecunda-se até à esquizofrenia essa musa chamado “mercado”, até que ela não resista mais e só subsistam os operários, que neste caso são os homens que souberam operar devidamente nessa situação, cooperando ajuizadamente com a hipocrisia, a ganância, e a exploração até ao limite pornográfico, - as chamadas, "leis do mercado".
Se tanto nos relatos da realidade humana (no Telejornal) como nos relatos da realidade não-humana/animal (no National Geographic), conseguimos - e são prova disso as analogias em cima esboçadas - antever um certo padrão, uma certa base (primária) comportamental nas duas realidades; já num nível secundário, a compreensão do homem escapa a este exercício meramente reducionista de pendor quase que Darwiniano, e escapa precisamente, porque impossibilita, num outro grau, qualquer analogia com recentes casos como o de Josef Fritzl, que tendo a opinião pública certa relutância em chamar, caso humano, também não consegue encontrar semelhanças no caso animal, e dai resultar o predicado: Monstro. Predicado este, aquém dos limites daquilo que consideramos, ao nivel básico, os limites, - neste caso, éticos - do ser humano e, além dos seus limites, porque é com estes casos que adquirimos uma nova consciência daquilo que não sendo efectivamente parte integrante do ser humano - ou melhor, daquilo que julgávamos não ser parte integrante do ser humano - mas que pode ainda, a vir a ser, a construir-se, a constatar-se.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Terça-Feira, 17 de Março, 2009, jornal: PÚBLICO

Antes de 03/03/09
















Depois de 03/03/09














CATÁSTROFE CULTURAL, a letras vermelhas e bem gordas, a crueza da manchete qualificava, mas, ainda assim, não dava conta da amplitude da tragédia implicada no desmoronamento do Arquivo Municipal de Colónia, a mais antiga cidade da Alemanha, que ancestralmente recolhia, por entre 27 quilómetros de prateleiras e prateleiras e mais prateleiras, éditos de Napoleão, cartas de Hegel, artigos de Marx, importantíssimos documentos medievais, quase todo o espólio literário do nobel Heinrich Böll, reticências, reticências, reticências.
As causas deste "acidente", dividem-se entre, eventuais erros por parte do município no processo de conservação do edifício e, as recentes obras com vista à ampliação do metro subterrâneo da cidade. Enfim, não há culpados...
Quantitativamente, o acervo estava calculado em 400 milhões de euros, mas, como referi, este cálculo refere-se apenas quantitativamente, mas, qualitativamente falando, com que tabelas se rege o valor da cultura, quais as implicações sociais/culturais/individuais causadas por esta perda, - que teria sido muito maior, não fosse a existência de um milhão de microfilmes aplicados às obras -, enfim, o que perdemos verdadeiramente e que conclusões podemos tirar desta: CATÁSTROFE CULTURAL?

terça-feira, 17 de março de 2009

Conferências IFP- "Sobre a ética de Lavelle"


Decorrerá no dia 18 de Março (amanhã), na sala dos conselhos do polo I, por volta das 17,30 h, uma conferência proferida por Américo Pereira (UCP) intitulada " Sobre a ética de Lavelle", mais informações no site: http://www.ifp.ubi.pt






quarta-feira, 11 de março de 2009

Sem título

Não era isto que eu queria da filosofia, que ela me conduzisse a este reino de perguntas e respostas prontas, sem mais nada, sem nenhum ganho. A este reino de perguntas prontas, porque faz parte da “condição humana” nausear-se infinitamente com as mesmas perguntas que desde os primórdios da humanidade foram feitas: Que sentido tem tudo isto? O que devo fazer? O que é a morte? Enfim, uma náusea.
É certo que hoje ninguém quer saber da filosofia, ela também não serve para nada, senão para meia dúzia de velhos do Restelo que insistem em não deixar largar as naus do desespero humano. “Conhece- te a ti mesmo”, “Não andes lá por fora”, enfim, embriaga-te com a única resposta filosófica possível: nada, silêncio, drama. Nunca vi personagens tão cómicas como os filósofos, é que eles não apenas representam como são mesmo tristes, estrebucham, dão murros na mesa, masturbam-se, enfim, uma comédia. Se deus existe e nos espreita lá do alto da montanha, toda a hora das suas inconcebíveis horas eternas, se deve desmanchar a rir com esta trupe, que não sabendo dormir, insiste em não acorda dessa realidade: nada, silêncio, drama.
Não gosto dos filósofos, principalmente desses de tradição socrática, esses armados em não tiranos de ogivas na boca, que bombardeiam constantemente o sossego dessa boa gente, estúpida, insignificante, humilde no sentido servil e imundo do termo, mas ao menos honesta: “A filosofia não serve para nada!” Enfim, o que queria Sócrates da sua cidade é que os seus cidadãos se tornassem doentes como ele, que o ajudassem a expandir essa peste cor-de-rosa lubrificada de crepúsculo, de sentido, um sentido que a eles próprios escapava, que eles não sabiam dizer e por isso inventavam metáforas, faziam analogias, narravam alegorias, antecipavam a religião. Imaginemos pois, se o mundo fosse todo do género dessa gente fanática, que não gosta de trabalhar, que só pensa na morte e no destino da “humanidade”, que não conhece a sinceridade porque pensa, analisemos, pensar é colocar-se diante de, posicionar-se, iluminar o palco, pousar a ideia na fria mesa de inox e aplicar-lhe infinitamente a cirurgia, esquartejá-la, ensanguentá-la até que o original sentido da filosofia desapareça: nada, silêncio, drama. O filósofo é tão digno como um assassino.
David Santos

quarta-feira, 4 de março de 2009

Palestra CPRI

Decorrerá amanhã (quinta-feira, 5 de Março) pelas 15 horas, uma palestra na sala 7.20 no polo Ernesto Cruz, que conta com a presença exclusiva do prof. Dr. Luís Madeira, e tem por organizadores o próprio núcleo de Ciência Política e Relações Internacionais (CPRI). O tema da conferência (Segurança Colectiva, Interesse Nacional e Participação Cidadã) não se limitando ao núcleo de estudantes de CPRI é perfeitamente coextensível a todos os membros da comunidade académica incluindo aos que não pertencem - directa ou indirectamente - a esta instituição, visto que, como o próprio título da conferência indica, é a colectividade que está em causa (isto é: todos nós) enquanto cidadãos empenhados a defender os interesses da nossa nação.
Como cereja no cimo do bolo, o evento culminará com uma tertúlia moderada pelo próprio prof. Dr. André Barata, pelas 22 horas no restaurante Soda Cáustica.
Apareçam!

terça-feira, 3 de março de 2009

Filosofia!

Filosofia...

Após uma noite de insónia
Dormitar à sombra das grandes questões,
Para no espreguiçar da primeira manhã
As levar ás portas das grandes crianças,

Como um carteiro sem horário definido,
Ainda de pijama e um bocejo
Do tamanho da boca do infinito...


"Filosofia", eis mais um poema do novíssimo mas já promissor escritor Barrabás de Andrade, pseudónimo de Ivan de Sá Nogueira, que apesar de não possuir ainda nenhuma obra exposta no mercado literário, e seu esforço de se impor ao grande público restringir-se a limitadas e acanhadas publicações em pequenos jornais e revistas, é evidente o seu talento artístico e desde logo a sua maturidade intelectual, em nada proporcional à sua juventude: "uns suados 16 anos" - no dizer do próprio autor!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

IFP- Conferências sobre o pensamento de Carl Schimtt




Conferências
Günter Maschke, Jerónimo Molina, Alexandre Franco de Sá Frankfurt, Univ. de Murcia, Univ. de Coimbra

3 Conferências sobre o pensamento de Carl Schmitt

• Günter Maschke (ensaista), A actualidade de Carl Schmitt
• Jerónimo Molina, Ditadura e Estado de Excepção no Século XXI. Uma leitura da A Ditadura de Carl Schmitt
• Alexandre Franco de Sá, Carl Schmitt e o Nacional-Socialismo
26 de Fevereiro 2009 Sala dos Conselhos, 17,30h

domingo, 22 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Deambulações nocturnas

É certo, bebemos uns "canecos" a mais, e o dia como "um doente adormecido a éter sobre a mesa", indolentemente cuidava de todas as coisas. O dia como uma mãe extremamente dedicada, mas sem poder amar os seus filhos. O dia como um compromisso e o sol no centro. O dia reduzido ao dia, sem mais. O dia pesando os meus passos na balança do nada. O dia.
Entretanto tropecei e cai, julguei até que fosse da bebedeira, mas este chão não era como todos os outros, este chão não era chão. Era antes, um abismo sem fim, abrindo-se infinitamente sob o meu espanto. Eu bem que, cravando as unhas nas paredes desse abismo, me esforçava por travar a sua devastidão, mas ele parecia-me tão poderoso, tão poderoso, que se quisesse até o universo podia segurar só com a força e violência das suas mandíbulas. Onde eu caia, se é que caia e não era somente efeito da borracheira, o ar era insuportável, impossível mesmo. O ar apertava-me o pescoço até a garganta me impedir de gritar fosse por que fosse, e a boca, os lábios que de tão secos já haviam caido, as unhas os dedos e as mãos como estátuas de sal. Para trás ficaram também os meus bonitos sapatos, - oh! como eram bonitos -, outrora possantes de terra e vida, agora feios, estúpidos, sem pés para servir, sem chão para se espreguiçarem. E a morte? Sim, esse abismo...
David Santos

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tomada de Posse


Decorrerá no próximo dia 19 (Quinta-Feira), pelas dezanove horas e trinta minutos no restaurante Solneve (junto ao pelourinho), o jantar relativo à tomada de posse da nova direcção do núcleo Sexto Empirico. Não estando esta iniciativa limitada somente aos alunos de filosofia, toda a comunidade académica (e não só...) poderá também participar nesta festa, nesta comunhão de ideias, aproximações, toques, enfim, todo um naipe de razões que prometem uma noite bastante "platónica"...

Para mais informações e respectivas marcações contacte o e-mail:
sexto-empirico@hotmail.com
ou
912852859
932854665

Sexto Empirico

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

HISTÓRIA E FILOSOFIA DA MATEMÁTICA NA UBI

Qual é a natureza do conhecimento matemático? A matemática é redutível a princípios lógicos? As demonstrações matemáticas são todas igualmente válidas? Será a matemática uma mera manipulação de símbolos, sob determinadas regras, semelhante a um jogo? Será que existem objectos matemáticos abstractos ou, na verdade, alegados objectos matemáticos são meros objectos ficcionais das teorias matemáticas tal como o Pai Natal é um objecto ficcional das histórias infantis? A matemática é indispensável nas teorias empíricas?
Estas são algumas das questões analisadas na disciplina História e Filosofia da Matemática (HFM) em exercício na UBI. A HFM na tradição analítica da filosofia, a grosso modo, distingue-se por desejar expressar pensamentos de forma clara, rigorosa e logicamente disciplinada. Em particular, nesta disciplina estabelece-se um continuum entre a filosofia e a matemática/ciência onde episódios da história da matemática/ciência são usados como uma fonte de levantamento de problemas filosóficos.
A disciplina de HFM é uma disciplina do curso de Matemática (3º ano). Como sempre, todos os alunos do curso de Filosofia que desejem frequentar, assistir ou participar nesta disciplina serão bem-vindos.

Mais informações, http://ecastro.com.sapo.pt
O Docente
Eduardo Castro

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Problema Humano da Felicidade








Entrevista a
Jorge Humberto Dias

Entre as 19h e as 20h, o Programa PROVA ORAL da rádio ANTENA 3, vai entrevistar Jorge Humberto Dias, Consultor Filosófico e Director do Gabinete PROJECT@.

O tema da entrevista é o «Problema Humano da Felicidade», o qual será objecto de um Workshop/Curso de Formação, a ministrar no próximo dia 8 de Fevereiro (Domingo), em Lisboa.


A entrevista será dirigida por Fernando Alvim, que ultimamente tem aparecido na publicidade da TMN sobre o tarifário «Moche», além de coordenar o programa Curto-Circuito na SIC Radical.

Jorge Dias tem trabalhado o tema da Felicidade nos mais diversos contextos. O mais recente foi uma Conferência proferida no Grupo de Investigação de Filosofia Aplicada da Universidade de Sevilha, onde explorou a relação entre as ideias do Pensador Espanhol Julián Marías e o Aconselhamento Filosófico com pessoas que procuram a sua felicidade. Jorge Dias investiga sobre a Felicidade desde 1998.



sábado, 31 de janeiro de 2009

Filosofia sem fronteiras

STUK, Leuven, 20 de Outubro de 2008

Saudações cordiais,
Este momento parece-me propício para iniciar uma reacção proveniente da experiência diferente/diferida em terras flamengas e bravantes. Da novidade positiva que constitui saliento todo o mundo novo apresentado e todo o mundo novo emergente.Já que Erasmus de Roterdão passou e encontrou em Leuven uma visão do mesmo mundo novo equidistante, penso que, querendo, perante as milhas de estantes já vistas e pouco relidas, uma oportunidade de raciocinar com a benemérita realidade trapista uma nova cosmovisão do mundo que me foi permitida.De todas as cores e credos, ou crenças, suponho ver contributos já fecundos, no entanto, não totalmente realizados ou aproveitados para quem aprouver.Pois então destas palavras fica uma primícia do que procurei, uma partícula do que encontrei e uma esperança valorativa do que deixarei.

Atenciosamente,
Aluno de filosofia da UBI em Erasmus

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Situações...

Já não tenho freio nas minhas próprias palavras. Se dou um conselho, mesmo que boa a minha intenção, nunca sei se mais valia ter ficado calado. Se, pelo contrário, permaneço calado, esgoto-me sempre em falta comigo mesmo: poderia ter feito qualquer coisa...
Tal é o compromisso que tenho com o mundo; quer me cale ou não, quer ande ou fique parado: escolho-me; escolhendo-me a mim e ao mundo.
Subiamos as frias ruas da Covilhã. Ao fim de três meses de pausa académica, acompanhava agora Álvaro até à porta de sua casa. Quando, e já no meio da caminhada, espicaçada a minha curiosidade pelo seu aparente distanciamento, me (e)levou esta a consciência à interrogação: Que se passa hoje contigo, Álvaro?
Maldição das maldições! O juiz tinha dado ordem para que princípiasse a marcha!
Falara-me Álvaro, de um pai ausente, que só à coisa de dois meses, se revelara ao pequenos mas profundos olhos verdes do desajeitado filho, e que amanhã - logo amanhã! - faria 54 anos... A mãe de Álvaro, naturalmente, não tinha ficado muito contente com súbita aparição, - após 21 anos do nascimento de Álvaro. Talvez tivesse ela - medo! - que este lhe "roubasse" o seu único filho. Talvez fosse isso...
Depois de aceso um cigarro, Álvaro relatava-me a forma como a sua mãe ultimamente o importunava insistentemente com as "causas" que levaram à separação do casal. Juventude; falta de maturidade; desconhecimento; negação de compromisso... Enfim, todo um rol de palavras sempre insuficientes para determinar um homem livre.
O problema é, hoje fazia anos o seu pai, e Álvaro não conseguia encontrar razões bastantes para aceitar ou, pelo contrário, renunciar ao seu convite... passar o dia deambulando pelos altos da serra... na tentativa de nos conhecermos melhor... Álvaro, no fundo, sabia que sua mãe, legitimamente, não iria ficar contente se aceitasse tal proposta, e afinal, este seu "pai" não passava ainda de um homem estranho, - um perfeito estrangeiro...
Parámos por fim, em frente à porta de sua casa, mas ele há muito me abandonara no caminho... Na verdade! A partir do momento da sua confissão, eu nunca estive com ele!
O que devo fazer? Importunou-me ainda por uma última vez!
O que devo fazer? Eu, como de costume, nada disse... Ele também, nada me pediu... Desejamos, por fim, um boa noite mútuo; ele desapareceu pelas recém-caiadas paredes de sua casa, e eu prossegui a minha caminhada...
No fundo, eu tinha consciência, - Ele tinha consciência! -, poderiamos ter perdido a noite inteira em frente à porta de sua casa, colocando pesos sobre pesos na balança que ela decerto não tenderia favoralmente para lado algum... Eu tinha consciência, - ele tinha consciência! -, e já no rebordo da minha cama, imaginava-o acendendo um último cigarro na varanda, repetindo a mesma pergunta aos céus e além-céus, - O que devo fazer? -, sem que dos céus e além-céus sobreviesse resposta alguma, não sendo, - o eco da sua própria pergunta...

David Santos aluno de filosofia na UBI

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Eleições Sexto-Empirico

No dia 9 de Janeiro (sexta-feira), decorrerá junto ao bar da Faculdade de Letras, as eleições com vista a eleger os próximos representantes do Núcleo Sexto--Empirico. Única candidata, a lista Z apresenta-se com os seguintes membros:

Direcção

Presidente: Diogo Gomes
Vice-Presidente: David Santos
Secretário: José Pinto
Tesoureiro: Ezequiel Gomes

Assembleia

Presidente: Joana Cardoso
Vice-Presidente: André Santos
Vogal: Luis Mendes


Sexto-Empirico